Governo paulista atrasa entrega de leite para crianças com alergia
O governo de São Paulo atrasou a entrega de um leite especial distribuído pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para crianças que têm alergia à proteína do leite de vaca.
O produto, cuja lata pode custar até R$ 180 em farmácias, está em falta desde os primeiros dias deste mês na AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Maria Zélia, no Belém (zona leste), único posto da cidade de São Paulo que faz a distribuição.
Há crianças com a alergia que chegam a usar mais de oito latas em um único mês.
Os riscos caso elas tomem um leite errado podem ir de diarreia, refluxo e sangue nas fezes a choque anafilático com risco de morte, segundo a gastropediatra Juliana Valente.
Ciete Silverio/Folhapress | ||
O garoto Lucas, que tem alergia à proteína do leite de vaca e depende de leite especial |
"Ligo diariamente, mas até agora não tem a lata. Já são quase 20 dias sem", diz a engenheira Ana Paula Federici Kuze, 33, mãe de um filho de um ano e dez meses que tem alergia severa, incluindo restrição ao consumo de carne.
"Não sei até quando vou ter leite", afirma a vendedora Juscelia da Silva da Rocha de Oliveira, 27, que tem reduzido a quantidade de leite oferecido em cada mamada para a filha Mariana, de um ano.
Tanto Ana Paula quanto Juscelia recebem oito latas por mês. A engenheira já comprou quatro em dezembro na farmácia. Já a vendedora alega não ter condições financeiras para pagar.
AUMENTO DE DEMANDA
Procurada, a Secretaria da Saúde do governo Geraldo Alckmin (PSDB) disse que fez uma nova compra e que a situação estará normalizada até esta sexta-feira (19).
Segundo a pasta, houve um desabastecimento temporário do leite Neocate, da Danone, por conta do "aumento inesperado da demanda". Ela afirma que a distribuição de fórmulas continua normalmente no restante do Estado –afetando só a capital.
A gastropediatra Juliana Valente afirma que algumas crianças só se adaptam ao Neocate, que tem aminoácidos livres, e que nem todas podem substituir esse leite por um de soja, por exemplo.
O governo estadual distribui gratuitamente as fórmulas alimentares para portadores da chamada APLV (alergia à proteína do leite de vaca) até a criança completar dois anos.
Para ter acesso ao alimento, é necessário encaminhar um formulário preenchido pelo médico da criança.
Em 2014 foram distribuídas três fórmulas distintas –aminoácidos livres, hidrolisado proteico e proteína isolada de soja– para 8.700 pacientes no Estado.
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