Família de brasileiro morto no México descarta sequestro
A família do brasileiro Dealberto Jorge da Silva, 35, –encontrado morto no último domingo (11), no México– afirma que houve uma "série de coincidências desconexas" e descarta hipótese de sequestro.
Para o advogado Juliano Girolla, primo da vítima, trata-se de um acidente. "Uma série de coincidências desconexas nos fez pensar temporariamente em um crime. A polícia mexicana trata como acidente", disse ele à Folha nesta terça-feira (13). A família da vítima é de Jaraguá do Sul, no interior de Santa Catarina.
Silva viajou ao México junto com o irmão, Fernando Luís da Silva, 33, para um casamento. Eles estavam em Playa del Carmen, em Cancún, no litoral mexicano. Segundo Girolla, o empresário caiu de uma altura de aproximadamente dez metros em um hotel.
A família quer fazer o traslado do corpo de Silva o mais rápido possível.
Fernando continua no México, e as informações sobre ele também são desencontradas. Acreditava-se que ele estivesse escondido, mas Fernando telefonou para a família nesta segunda (12) à noite.
"Ele está bem, está seguro, não corre perigo. Ele continua na região de Playa del Carmen. Mas está muito abalado com o ocorrido, em estado de choque com a morte do irmão", contou Juliano Girolla.
Em outras ligações à família, Fernando pediu dinheiro. "Como suspeitamos de que se tratava primeiramente de um sequestro, os cartões foram bloqueados. Ele precisava de ajuda para cobrir despesas de hotel", disse o primo do jovem.
Segundo ele, Fernando não prestou depoimento à polícia do México, com quem a família mantém contato. Girolla e a família aguardam ainda informações do Itamaraty.
O ACIDENTE
Os dois irmãos foram a um festival de música eletrônica em um hotel, de onde Dealberto despencou na madrugada de domingo (11). "Eu não sei bem como era a festa. Mas o acidente ocorreu em um hotel, e não era no que eles estavam hospedados."
A família em Jaraguá do Sul soube da morte de Dealberto no mesmo dia, e o Itamaraty confirmou o acidente à noite. Em uma mensagem de áudio gravada, que circulou na internet ontem, Dealberto dizia temer ser sequestrado. Ele mencionou uma mulher russa, que teria ligação com o crime organizado, o que assustou amigos e familiares.
IDA AO MÉXICO
Segundo Girolla, a data da volta de Fernando ao Brasil é incerta. O corpo de Dealberto também não tem data para chegar a Santa Catarina. A família ainda não decidiu se alguém irá ao México para acompanhar o caso e o traslado do corpo.
Os irmãos Dealberto e Fernando eram sócios em uma empresa do ramo de energia elétrica em Jaraguá do Sul. Bastante conhecidos na cidade, os dois tinham muitos amigos, e a morte de Dealberto causou grande comoção no município.
Os dois eram solteiros e não tinham filhos. Costumavam viajar com frequência, mas essa foi a primeira vez deles no México, de acordo com o primo Juliano Girolla.
"Eles eram amigos de todo mundo. Eram muito, muito unidos. Uma tragédia", lamenta.
O pai e a mãe de Fernando e Dealberto não atendem a imprensa. Eles estão muito abalados e em estado de choque com as notícias. A família pede que amigos não liguem para a casa, porque aguardam informações oficiais do México e contato com Fernando.
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