Devotos celebraram Dia de Iemanjá com caminhada e oferenda no Rio
Bonecas enfeitadas, perfumes, brincos, espelhos e muitas flores estão entre os presentes que os devotos entregaram nesta segunda-feira (2) a Iemanjá, chamada de rainha do mar.
Com larga tradição na Bahia, os festejos do dia 2 de fevereiro, Dia de Iemanjá, reuniram no Rio centenas de pessoas na Cinelândia, no centro. O cortejo seguiu em direção à praça 15, onde os devotos tinham uma barca à disposição para entregar os presentes na baía de Guanabara.
De acordo com babalaô Ivanir dos Santos, interlocutor da CCIR (Comissão de Combate à Intolerância Religiosa), este é o 48º ano do evento no Rio e tem origem no sincronismo religioso com o Dia de Nossa Senhora dos Navegantes –comemorado também no Rio Grande do Sul.
"As pessoas de origem africana, na época da escravidão, para fazer a reverência, aproveitavam os feriados católicos", disse Santos, lembrando que os cultos africanos eram proibidos.
Há 46 anos na organização da festa para Iemanjá no Rio, Ogan Kotoquinho, do Afoxé Filhas de Gandhy, um dos grupos que trouxeram a tradição da Bahia, explica que os presentes são uma forma de reverenciar a entidade religiosa.
De acordo com Kotoquinho, em geral, o momento é de reunir os devotos para o pagamento de promessas, fazer pedidos e refletir sobre o ano que se inicia. "Agente busca Iemanjá para refletir sobre o ano que passou. Pede força, saúde e prosperidade, sem confusão, para o ano seguinte com o coração aberto."
Para agradecer pelas dádivas e renovar os pedidos, a representante comercial Lúcia Regina de Paula juntou-se ao cortejo. Essa foi a quinta vez que Lúcia tirou o dia para homenagear Iemanjá. "Hoje vou fazer um pedido especial, sobre algo que aconteceu recentemente, e tenho certeza de que serei abençoada. Ainda hoje, depois da oferta, terei minha resposta."
Aos 78 anos, a aposentada Araci Andrade Corrêa também participou da homenagem. Este ano, ela depositou no mar rosas brancas. "Venho tem cinco anos, apanho a barca. A gente corre as ilhas, depois, a barca para. Aí, entregamos nossas oferendas e fazemos pedidos. É lindo, se vocês quiserem vir, vão adorar", disse Araci, que é devota.
Durante a concentração do cortejo, na Cinelândia, líderes religiosos cobraram mais apoio da prefeitura para a organização da festa e reclamaram da ausência de banheiros químicos. A prefeitura respondeu que apenas dá autorização para eventos e esquematiza o trânsito para facilitar o cortejo. A infraestrutura para o evento é responsabilidade dos organizadores.
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