Ribeirão Preto terá primeiro júri apenas com documentos digitais
Uma cena incomum marcará um tribunal do júri em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), na semana que vem: a ausência total dos diversos volumes do inquérito impressos em papel.
Após um ano e meio do início da digitalização dos processos criminais em Ribeirão, o fórum irá realizar, pela primeira vez, na quarta-feira (25), o tribunal do júri de um processo 100% eletrônico.
A diferença é que, com o formato digital, há uma economia de tempo e de mão de obra de funcionários.
Os advogados conseguem ter acesso e movimentar os processos de qualquer lugar, desde que estejam conectados à internet.
Além disso, recursos ao TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) chegam mais rápido.
"É um marco porque este processo que será julgado começou a ser tramitado em setembro de 2013 e já tem data do júri", afirmou o diretor do fórum, o juiz Sylvio Ribeiro de Souza Neto.
O caso é de uma tentativa de homicídio durante uma briga em agosto de 2013.
Geralmente, crimes contra a vida levam anos para ter seus júris populares marcados em decorrência da morosidade da tramitação.
Em Ribeirão, um dos casos notórios que ainda não foram a julgamento é o do empresário Pablo Russel Rocha, 39, acusado pela Promotoria de ter arrastado por cerca de 2 km com o carro a prostituta Selma Heloísa Artigas, a Nicole, em 1998.
Em sua defesa, Rocha sempre alegou que ela ficou presa ao cinto de segurança ao descer do carro e que ele não notou que ela era arrastada.
Segundo o diretor do fórum, todos os processos iniciados antes da digitalização continuam no papel por economia, após decisão do TJ-SP.
"A tendência é que a tramitação dos processos iniciados a partir de 2013 sejam mais ágeis", afirmou.
Anualmente, cada uma das quatro varas criminais de Ribeirão recebem, em média, cerca de 700 processos.
O advogado Daniel Rondi, que irá defender o acusado, William Custódio da Silva, 28, afirmou que serão usados computadores e tablets.
"Com a digitalização, eu tive acesso a todas as partes do processo de forma muito mais prática", afirmou.
De acordo com a assessoria de imprensa do TJ-SP, outros municípios paulistas que implantaram a digitalização e já tiveram os julgamentos dos processos informatizados foram Flórida Paulista, Nazaré Paulista, Ouroeste, Pirangi e Arthur Nogueira.
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