Gestão Alckmin quer reverter curso de rio para amenizar crise
O governo de São Paulo estuda a reversão de um rio, ao sul da capital paulista, para amenizar a atual crise de abastecimento na Grande SP.
Pelo plano, o curso do rio São Lourenço será invertido para que as suas águas, por meio de um caminho de 5 km a ser construído com adutoras, possam ser despejadas no córrego das Lavras, que abastece a represa Guarapiranga.
Com essa obra, o governo esperar captar até 3.500 litros de água por segundo –a captação atual dos sistemas da Grande SP é de 53 mil l/seg.
Essa obra, na prática, é a segunda maior aposta da gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) para atravessar o período seco de 2015, de abril a outubro, sem a necessidade da implantação de um rodízio.
Editoria de Arte/Folhapress |
A principal aposta é a já conhecida interligação, também por meio de adutoras, do sistema Rio Grande (braço da Billings) com o manancial do Alto Tietê, no extremo leste da região metropolitana.
A diferença é que a obra entre o São Lourenço e o Lavras trará uma água ainda não explorada pela Sabesp, a partir de São Lourenço da Serra (a 54 km de São Paulo). A obra deve custar, segundo estimativas, entre R$ 150 milhões e R$ 300 milhões e ficará pronta no segundo semestre.
EFEITO AMBIENTAL
Segundo a coordenadora da fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, a área onde a obra será feita exige grandes cuidados, já que se trata de uma área de mata atlântica e o rio passa por três áreas de proteção ambiental.
De acordo com ela, grandes obras, como de transposições, deveriam exigir um estudo amplo de impacto ambiental, e não apenas um estudo local, como é feito atualmente.
"Em tempos de emergência, como a da atual crise, questões ambientais costumam ser deixadas para trás."
A Sabesp disse que tem tomado todas as precauções técnicas e legais em suas obras.
Essa obra hoje planejada pelo governo para inflar o sistema Guarapiranga corre o risco de se tornar obsoleta em dois ou três anos, quando ficará pronto um novo sistema de captação de água para a Grande SP, o São Lourenço.
Esse sistema, via parceria público-privada, pretende usar justamente parte das águas do rio São Lourenço.
A Folha apurou que a Sabesp procurou construtoras envolvidas na parceria para que a nova obra fosse um aditivo no contrato para a PPP. Mas as empresas recusaram.
Por isso, ela deverá ser conduzida pela própria Sabesp.
O sistema São Lourenço buscará captar 6.400 mil litros por segundo. A obra deve ficar pronta após 2017.
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