Relatórios sobre jovens internados podem ser diferentes, diz Fundação Casa
Fabio Braga/Folhapress | ||
Entrada de unidade de internação de jovens infratores da Fundação Casa, na Vila Maria, zona norte |
A Fundação Casa, vinculada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou em nota que os relatórios psicossociais de avaliação dos internos são produzidos por profissionais capacitados que respondem aos conselhos de classe a que pertencem.
"Como levam em consideração os vários momentos vividos pelo adolescente desde a apreensão e são produzidos por várias equipes, podem ser diferentes", diz a nota. "Todos, no entanto, são apresentados ao Ministério Público, à Defensoria e ao Poder Judiciário, aos quais cabe a decisão sobre a continuidade ou não da internação."
A fundação afirmou ainda que foi citada em um relatório do Conselho Nacional do Ministério Público como referência nacional entre as instituições que aplicam medidas socioeducativas e que o índice de egressos que retornam à fundação caiu de 29%, em 2006, para 15% em 2015.
Nenhum órgão, porém, dispõe de um acompanhamento dos egressos que já completaram 18 anos. Não há um levantamento de quantos voltam ao crime e vão presos.
Os conselhos regionais de psicologia e de serviço social de São Paulo informaram que não existem normas para a elaboração de relatórios dentro da fundação. Mas destacaram que seus profissionais devem seguir o Código de Ética.
Ambos os conselhos informaram que têm realizado reuniões com os servidores da fundação para melhorar as condições de trabalho internamente, pois há queixas.
"Temos feito [desde 2014] encontros com os psicólogos da Fundação Casa buscando qualificar seu trabalho. Nosso objetivo é identificar as condições, que têm sido aviltantes na fundação, e pensar as implicações dessas condições para o trabalho do psicólogo", disse a presidente do Conselho Regional de Psicologia, Elisa Zaneratto Rosa.
Questionada, ela preferiu não detalhar quais são os problemas, até que as reuniões se encerrem e seja produzido um documento conclusivo. E completou: "Não temos, até o momento, nenhum conjunto de dados que possa indicar problemas nos relatórios feitos na Fundação Casa".
Aparecida Mineiro, diretora do Conselho Regional de Serviço Social, afirmou que alguns assistentes sociais se queixam ao órgão de pressão para antecipar a saída dos jovens, mas que as denúncias não foram comprovadas. "Estamos desenvolvendo ações preventivas e fiscalizatórias para orientar esses profissionais. A maioria procura fazer um trabalho digno."
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