Júri absolve policiais 'Highlanders' acusados de decapitar deficiente em SP
Quatro policias militares, acusados de sequestrar e decapitar um deficiente mental, foram absolvidos nesta sexta (6) em júri popular, no fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
Moisés Alves Santos, Joaquim Aleixo Neto, Rodolfo da Silva Vieira e Anderson dos Santos Salles também são acusados de integrar um grupo de extermínio apelidado de "Os Highlanders", em referência à prática de decapitar suas vítimas.
Vieira é filho de um oficial reformado da PM, o capitão Paulo Roberto da Silva Vieira, que, durante anos, esteve lotado no extinto Tacrim (Tribunal de Alçada Criminal).
Os policiais foram acusados pelo sequestro e morte, em 2008, de Antônio Carlos Silva Alves, o Carlinhos. O quarteto chegou a ser condenado, em julho de 2010, a 18 anos e oito meses de prisão. Eles sempre negaram.
Em dezembro do mesmo ano, foram demitidos da PM.
No ano seguinte, em outubro, o Tribunal de Justiça de São Paulo anulou a decisão do júri, atendendo um pedido de Celso Machado Vendramini, defensor dos réus.
Vendramini alegou que, durante a fase de debates, o promotor Vitor Petri descumpriu uma ordem do juiz Antonio de França Hristov e exibiu uma camiseta com a foto de Carlinhos e dizeres contra a polícia. O argumento era que a imagem poderia influenciar os jurados.
DECAPITAÇÃO
Carlinhos, segundo a Promotoria e a Polícia Civil, foi sequestrado pelos quatro então PMs em 8 de outubro de 2008, no Jardim Capela, na zona sul de São Paulo. O corpo da vítima, decapitado e sem as mãos, foi achado no dia seguinte, em Itapecerica.
Na época, testemunhas afirmaram ter visto Carlinhos sendo colocado, vivo, no carro da PM de nº 37104.
O corpo só foi identificado por causa das tatuagens e cicatrizes que tinha.
A hipótese da Polícia Civil e da Promotoria é que, abordado pelos policias, Carlinhos não tenha conseguido falar claramente. Sem saber da deficiência, os PMs teriam interpretado a dificuldade como piada e decidido matá-lo.
HIGHLANDERS
Outros cinco policiais militares são acusados de fazer parte do grupo. Cinco das 12 mortes atribuídas a eles envolveram decapitação.
Na ocasião, a principal suspeita dos investigadores que concentravam os dados sobre os homicídios é de que as cabeças tenham sido decepadas para dificultar a identificação das vítimas.
Além disso, o bando também estaria despejando os corpos no município vizinho à capital para evitar que as investigações fossem conduzidas em São Paulo.
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