Rosalina Centrone (1929-2016)
Mortes: Exigente, lembrava uma 'mamma italiana'
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Rosalina Centrone (1929-2016) |
Apesar de nascida no Brasil, a convivência de Rosalina Centrone com as "ma- mmas italianas" da sua família e seu bairro era percebida em seu jeito. Estava sempre alegre, cercada por parentes, falando com as mãos. Na cozinha, preparava pratos como fogazza e ficazzella.
Filha de imigrantes, Rosa cresceu no Brás, no centro de São Paulo, e teve uma educação bastante religiosa, o que acabou levando-a ao convento. Tinha certeza da vocação, mas se assustou com a clausura que acompanhava a vida de freira. Desistiu.
Decidiu seguir então a carreira de securitária. Passou por grandes empresas, fez muitos amigos, e se aposentou só depois dos 70 anos.
Quando não se encontrava trabalhando, estava pronta para tudo. Nunca dizia "não" a um convite: fosse uma viagem ou saída rápida, ela só precisava se arrumar, já que a roupa e o cabelo sempre tinham que estar impecáveis.
Apesar de independente, se recusava a dirigir, mesmo com a carteira de habilitação. Dizia ter ficado traumatizada depois de um acidente em uma saída com amigas na juventude. Era passageira na ocasião e ficou apenas suja com o bolo que levava, mas foi o suficiente para deixá-la longe da direção.
Nunca casou ou teve filhos. A irmã dizia que sua exigência afastava os namorados, tendo terminado relacionamentos devido a espinhas e golas amarrotadas. Com isso, dedicou-se aos sobrinhos. Brincou, incentivou, deu cursos e até bateria de presente.
Morreu no dia 8, aos 86, devido a um infarto. Deixa quatro irmãos, dez sobrinhos e seis sobrinhos-netos.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
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