Ventos em SP durante tempestade superaram 100 km/h, diz Inmet
Rivaldo Gomes/Folhapress | ||
Tronco de árvore que estava com cupins e caiu no largo da Concórdia, matando mulher de 22 anos |
Um dia depois do temporal que levou ao desabamento de 189 árvores, a capital paulista conviveu nesta terça (17) com panes nas redes elétrica e semafórica e bloqueios em ruas e calçadas afetadas pelos destroços da vegetação.
Regiões como Perdizes, Pinheiros e Sumaré continuavam sem energia elétrica mais de 24 horas depois da tempestade -que, segundo técnicos do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), foi provocada por um fenômeno chamado de "microexplosão".
Trata-se de rajada de vento que vem das nuvens em alta velocidade e que se espalha com força ao chegar no solo.
O Inmet diz que os ventos provavelmente superaram 100 km/h, embora os registros de estações meteorológicas, restritas a pontos específicos, tenham sido de até 77 km/h, em Barueri (Grande SP) -ante 51,5 km no mirante de Santana (zona norte).
No cemitério do Araçá, no Pacaembu (zona oeste), um muro desabou e espalhou 60 urnas de ossadas na calçada.
Duas pessoas morreram no temporal, uma na capital e outra em Suzano, na região metropolitana de São Paulo.
Em Suzano, Luiz Rosa da Silva, 57, ajudante de serviços gerais, morreu esmagado dentro do carro após um muro desabar durante a chuva.
CLASSIFICAÇÃO DOS VENTOS SEGUNDO A VELOCIDADE - EM KM/H
Francisca dos Santos, 22, vendedora ambulante, morreu após ser atingida por uma árvore que caiu no largo da Concórdia, no Brás (centro).
Segundo a irmã de Mônica, Noelma, ela só deve ser enterrada nesta quarta (18), quando a mãe chegará de Pernambuco, onde mora.
Perto de Mônica estavam Dayse Cristina Souza Santos, 31, e a filha dela, Maria Luiza, 3, que também foram atingidas pela árvore. A menina teve fratura no crânio e perfuração no pulmão. A mãe teve as duas pernas fraturadas.
Ambas estavam internadas em estado grave nesta terça na Santa Casa de São Paulo.
CUPINS
A árvore que provocou a morte de Mônica tinha 13 metros de altura e seu tronco media quase um metro de diâmetro, de acordo com laudo da prefeitura. O documento diz que a árvore havia sido danificada por cupins, mas que "não foi possível prever a queda", porque eles haviam danificado "a parte interna".
O laudo municipal diz que "aparentemente a árvore encontrava-se com aspecto saudável, tanto na copa quanto no caule, não tendo características que pudessem ser observadas antes da queda".
O delegado Eder Pereira e Silva, do 12º DP da capital, no Pari, instaurou nesta terça um inquérito para investigar as causas da queda da árvore que causou a morte de Mônica e as lesões em Dayse e na filha, Maria Luiza. A natureza do inquérito é de homicídio culposo (sem intenção) e lesão corporal dolosa.
O delegado disse que encaminhou um ofício à Subprefeitura da Mooca com pedido do nome do responsável pela manutenção das árvores na região para que pudesse ouvi-lo. A prefeitura não quis comentar a instauração do inquérito pela Polícia Civil.
GASTOS
O portal da transparência da prefeitura, para 2015 e 2016, lista um total orçado de R$ 13,4 milhões para a manutenção de árvores na cidade de São Paulo. Mas, de acordo com dados do próprio site, nenhum real foi empenhado nem executado na ação.
A gestão Fernando Haddad (PT) afirmou que deve haver um erro no portal, porque esses recursos, desde 2015, são destinados às subprefeituras, que fazem a administração de acordo com as necessidades de cada região.
Colaborou o "Agora"
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