Fase extra de campanha começa sem vacina contra gripe em São Paulo
Marcus Leoni/Folhapress | ||
Nilda Barreto e Dino Tallia foram em postos de saúde atrás de vacina, mas não conseguiram |
Muitos dos que acreditaram na promessa do governo do Estado de que um novo lote de vacinas contra a gripe estaria disponível nesta segunda-feira (23) não conseguiram ser imunizados.
A Folha visitou 11 postos de saúde de São Paulo e encontrou a vacina disponível em apenas um deles. Na semana passada, o governo anunciou a prorrogação da campanha até o dia 31 –ela terminaria na sexta-feira (20).
Em alguns desses postos, o estoque estava completamente zerado. Em outros, havia vacinas disponíveis apenas para crianças que já haviam tomado a primeira dose e precisam da segunda para completar a imunização.
O aposentado Dino Tallia, 87, precisou ir cinco vezes, em dois postos diferentes, para finalmente conseguir a vacina. "Fui no início, no meio e no final da campanha. É uma vergonha, um descaso com os idosos. Não adianta nada prorrogar, se não tem doses. Não tem justificativa."
Ele e sua mulher Nilda Barreto, 76, foram primeiro em um posto na Mooca, onde foram informados de que ainda havia vacinas na unidade da Vila Gomes Cardim. Ainda assim, o casal teve que esperar duas horas na fila.
"Somos aposentados e vendemos artesanato na rua. Para nós, é impossível pagar R$ 300 por duas doses na rede particular", disse Tallia.
Na unidade Dr. Humberto Pascale, no centro, as vacinas acabaram na segunda-feira passada. "Todo dia vem gente aqui e pergunta se a vacina chegou, hoje já vieram umas 30", disse uma funcionária, por volta das 10h.
Márcia Andrade, 60, era uma delas. A médica estava em viagem no início da campanha e, agora, não consegue se vacinar. "Liguei nas clínicas particulares e também não encontro", afirmou Márcia, que já havia tentado em dois postos de saúde.
A pesquisadora Karina Arruda, 33, passou pela mesma situação. Ela tem asma e, devido a uma cirurgia, não pôde se vacinar antes. "Vou continuar procurando", disse ela, que tem direito à vacinação por ter uma doença crônica.
Em algumas unidades, como a da República, funcionários entregam um pequeno papel, com uma lista de postos que ainda teriam a vacina. "Mas chega cedo, porque vai ter muita fila", recomenda a atendente. Nos três locais indicados, que seriam postos de referência, a vacina estava em falta.
Para a fase extra da campanha, o governo comprou 705 mil doses para a cidade e para a Grande SP. A secretaria afirma que as novas vacinas foram entregues na semana passada para a prefeitura, que seria responsável pela distribuição. Já a gestão municipal diz que a vacinação será normalizada nesta terça-feira.
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