Usuários cansam de esperar por trem e caminham pelos trilhos da linha 7-rubi
Uma falha em um trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na manhã desta terça-feira (14) causa transtorno aos passageiros da linha 7-rubi (Jundiaí-Luz).
Por volta das 7h, segundo a companhia, uma composição apresentou uma falha de tração próximo à estação Jaraguá, sentido Luz. Os usuários tiveram que descer da composição e caminhar pelos trilhos (que não são eletrizados) até a plataforma para que fossem transferidos para outra composição.
Com a interrupção da circulação de trens, os usuários começaram a se aglomerar na plataforma da estação Jaraguá. Por volta das 8h30, eles cansaram de esperar e começaram a descer e caminhar pelos trilhos até a próxima estação. Com isso, a linha começou a circular com maior intervalo e velocidade reduzida.
Já na estação Vila Aurora, uma antes da Jaraguá, os usurários se revoltaram e chegaram a impedir a saída de um dos trens por volta das 10h. Segundo a CPTM, ao invadir a linha de trem, os usuários dificultaram o restabelecimento do serviço, que estava em processo de normalização.
Segundo a companhia, a equipe de segurança atuou e, após a retirada dos usuários na via, a circulação começou a ser normalizada às 10h40. Durante todo o período, a CPTM informou que os usuários foram orientados pelo sistema de som dos trens e estações e pelas redes sociais.
Além disso, para auxiliar no transporte de usuários, a CPTM acionou a operação Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) com ônibus gratuitos da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos). Cerca de 400 mil pessoas circulam pelo trecho Francisco Morato-Luz da linha 7-rubi em dia útil.
Rafa Oliveira/Twitter/@DiariodaCPTM | ||
Usuários impedem saída de trem na estação Vila Aurora da linha 7-rubi |
FALHAS MAIS FREQUENTES
Apesar das promessas do governo Geraldo Alckmin (PSDB) de modernização e melhoria nos trens da CPTM, as falhas se tornaram mais frequentes e as viagens descumpridas quase dobraram no intervalo de cinco anos.
Dados obtidos pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que as partidas programadas que deixaram de ser feitas pelos trens cresceram de 4,3% do total, em 2010, para 7,9% em 2015 –ano em que a companhia transportou mais de 831 milhões de passageiros. Na prática, quando uma viagem prevista não é cumprida, a espera dos usuários aumenta nas plataformas –podendo agravar também a superlotação nos vagões.
O número de partidas programadas também subiu nesse período, de 769 mil para 933 mil, provavelmente devido à compra de mais trens. A quantidade de viagens descumpridas, entretanto, cresceu proporcionalmente ainda mais –de 33 mil, em 2010, para 74 mil, em 2015.
Embora tenha adquirido novas composições e reformado estações nos últimos anos, a CPTM sofreu críticas por atrasos em investimentos de modernização. Diferentemente do Metrô, a empresa depende de recursos do Estado para manter sua operação –só no ano passado foram necessários quase R$ 1 bilhão em subsídios para compensar a diferença entre seus gastos e a tarifa que é paga pelos passageiros.
A CPTM atribui parte das viagens descumpridas às obras de modernização "intensificadas" a partir de 2011, elevando os intervalos em período de menor movimento.
CADÊ O TREM? - Percentual de viagens não cumpridas cresce 85% na CPTM entre 2010 e 2015
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