Parques municipais ficam sem segurança e limpeza em São Paulo
Após impasse da gestão Fernando Haddad (PT) com empresas terceirizadas, que envolveu até a suspensão de alguns contratos, os parques municipais de São Paulo estão perdendo funcionários de limpeza e de segurança.
O problema que se arrasta há mais de quatro meses tem resultado em acúmulo de lixo ou restrição ao uso de banheiros por frequentadores, como constatou a reportagem em três parques: da Luz (centro), da Aclimação (centro) e Nebulosas (zona leste).
O secretário do Verde e Meio Ambiente da gestão Haddad, Rodrigo Ravena, diz que as empresas estão tirando seus funcionários para pressionar a prefeitura a aumentar a remuneração.
No parque da Luz, desde sábado (30) há apenas policiamento a cargo da GCM (Guarda Civil Metropolitana) –quatro guardas e um veículo. Antes havia oito seguranças da empresa Atento.
De dois meses para cá apenas um dos dois banheiros está aberto aos frequentadores. Segundo funcionários, a partir desta sexta (5) deve ocorrer a interrupção do serviço de limpeza, quando os seis funcionários deixarão de prestar os serviços.
"Se a GCM não conseguir cobrir os guardas, poderá ficar mais perigoso", afirma Oberdan da Penha Baleeiro, 42, fotógrafo que corre no local uma vez por semana.
No parque da Aclimação, dos três banheiros, só um está aberto ao público e em horário reduzido: das 6h às 18h30, em vez de até as 22h. Até a última sexta (29) havia três funcionários para fazer a limpeza e manutenção do parque, mas agora só restou um, segundo funcionários. A empresa responsável pela manutenção na Luz e na Aclimação é a Potenza.
No parque Nebulosas, em São Mateus (zona leste), os seis funcionários da limpeza saíram do local também na última sexta. Até as lixeiras foram recolhidas –das 10, sobraram só duas, lotadas de lixo já no início da tarde. Dos seis banheiros, só um estava aberto –a manutenção é de responsabilidade da Trajeto, segundo os funcionários.
PRESSÃO
"As empresas estão nos pressionando a rever os contratos para cima, o que não vamos fazer", diz Rodrigo Ravena, secretário de Haddad. Segundo ele, quando falhas são detectadas, as empresas são notificadas, e "os casos têm sido resolvidos no dia seguinte".
O secretário diz que todos os contratos estarão revistos até a próxima semana. Em abril, Ravena afirmou que a situação estaria normalizada no prazo de "15 a 20 dias". A reportagem procurou as empresas prestadores dos serviços, mas não houve resposta.
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