Prefeitura confia em saída espontânea de sem-teto do Cine Marrocos
Após a operação policial em que líderes do MSTS (Movimento Sem Teto de São Paulo) foram presos no Cine Marrocos, na última sexta-feira (5), no centro, a prefeitura confia que os cerca de 600 moradores desocuparão o prédio de 12 andares pacificamente, sem necessidade de apoio da Polícia Militar.
O edifício da região central de São Paulo, pertence à prefeitura, é ocupado por sem-teto desde 2013. O pedido de reintegração de posse, requerido pela administração Fernando Haddad (PT) em março, foi suspenso pela Justiça no mesmo mês a pedido do próprio governo municipal.
A gestão Haddad espera que as cerca de 600 pessoas que ocupam o prédio desde 2013, sob a liderança do MSTS, saiam pacificamente.
À Folha a prefeitura afirma que "está em processo de negociação com os moradores" que ocupam o Cine Marrocos, "para que saiam do prédio de forma pacífica e por etapa". O governo descarta, por ora, fazer novo pedido de reintegração de posse.
Segundo a desempregada Márcia Ferreira dos Santos, 32, os sem-teto devem sair do prédio assim que a prefeitura determinar. Desde que a coordenação do MSTS foi presa, na última sexta-feira (5), ela é uma das pessoas que organizam o cotidiano no edifício.
No sábado à noite, em uma reunião, ficou acertado que os moradores devem deixar de pagar os R$ 200 que eram cobrados mensalmente pelo movimento e que o grupo não irá se opor à saída do prédio.
Segundo ela, que antes da prisão dos membros do MSTS não exercia função de coordenação, a tendência natural é que o movimento se desfaça após a saída. "Por mim já deu o que tinha que dar. Vamos organizar a saída e só", disse.
Em operação policial da última sexta (5), seis integrantes do movimento sem-teto foram presos em ação que reuniu 500 policiais civis e militares no Cine Marrocos e na cracolândia. Segundo o Denarc (departamento de narcóticos), os organizadores do movimento coordenavam a venda de crack e maconha na região.
A Secretaria de Segurança Pública do governo estadual divulgou, neste domingo (7), a decisão judicial de março que mostrava que a prefeitura suspendeu o pedido de reintegração de posse requerido por ela mesma.
A publicação da pasta explicitava que a decisão "retirou qualquer obrigação" da Polícia Militar, que é jurisdição da secretaria estadual, em apoiar a reintegração de posse do prédio, propriedade do governo municipal.
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