Após saída de Beltrame, chefe da Polícia Civil do Rio deixa o cargo
Um dia depois de José Mariano Beltrame deixar oficialmente a Secretaria de Segurança do Rio, o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, também entregou o cargo.
Em entrevista ao "Bom Dia Rio", da TV Globo, nesta quarta (12), ele admitiu que a crise financeira do Estado atrapalhou o seu trabalho.
"A polícia não está conseguindo investigar o que precisa ser investigado. Nosso trabalho foi reduzido. Com exceção da Divisão de Homicídios, para a qual conseguimos manter os recursos, as outras unidades da instituição trabalham de forma precária", afirmou o chefe da Polícia Civil.
Tomaz Silva/Agência Brasil | ||
O chefe de Policia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, em entrevista coletiva sobre estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos, ocorrido em maio deste ano |
"Até o combustível dos carros é racionado. O policial civil faz o melhor possível, mas fica em uma situação delicada quando percebe que o próprio sustento da família é incerto", acrescentou.
No cargo desde janeiro de 2014, Veloso disse já havia pedido para deixar a chefia antes dos Jogos Olímpicos, mas foi convencido por Beltrame. "Como o secretário vai deixar o cargo, eu me senti à vontade para fazer o mesmo", disse.
Em nota, Veloso agradeceu aos policiais que trabalharam com ele no período. "A vocês o meu mais sincero obrigado, o meu respeito e a minha admiração", afirmou.
O ex-chefe da Polícia Civil também parabenizou Roberto Sá, que deve assumir a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro na próxima segunda-feira (17), com o desafio de aprimorar as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).
Sá passa a ocupar o lugar que era de Beltrame, que, na noite desta segunda (10), pediu para deixar o cargo em que estava havia dez anos.
O pedido ocorreu logo após um intenso tiroteio em Copacabana, área turística da zona sul da cidade, em que três supostos criminosos foram mortos na favela Pavão-Pavãozinho.
Beltrame já demonstrava desejo de sair do governo desde o fim de 2014. Ele foi nomeado no início da gestão Sérgio Cabral, em 2007, e marcou seu período no cargo pela criação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), no fim de 2008. O projeto colheu bons resultados nos primeiros anos, mas a partir de 2012 passou a sofrer com a falta de recursos para manutenção e ataques de criminosos.
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