Sem luz, comerciantes da zona oeste de SP têm prejuízo após chuva
Um dia após a chuva que matou uma pessoa e trouxe transtornos à cidade de São Paulo, comerciantes da zona oeste contabilizavam prejuízos devido a falta de energia elétrica.
Na rua Cardeal Arcoverde e na avenida Pedroso de Moraes, comerciantes perderam o dia de trabalho. Os salões de beleza, por exemplo, estavam praticamente vazios, com manicures sentadas na porta de entrada, único lugar em que a luz natural possibilitava o atendimento.
"Simplesmente, perdi 95% do meu movimento hoje. Pessoas desmarcaram, não entraram. Só deu pra fazer serviços menores, como corte masculino e sem máquina. Trabalhamos o dia pra pagar nosso café", afirmou Edson Cardoso, dono de um dos salões do bairro. E quem se arriscou teve de lavar o cabelo com água fria, sem direito a secador no final.
"Dispensei quase todos os funcionários. Agora, o problema é que os dias 20 e 21 normalmente são ótimos porque as pessoas receberam o salário e, então, vêm", disse Aparecida Aboboreira, 51, proprietária do Sucessu's Cabeleireiros.
Outros comércios fecharam mais cedo ou trabalharam no improviso, realizando atendimentos com lanterna. Na lanchonete Maçã Verde, funcionando no escuro, o prejuízo chegou a R$ 30 mil.
No fim da tarde, Pinheiros era o bairro que concentrava maior número de semáforos sem energia. Nas ruas Pedroso de Moraes e dos Pinheiros, incluindo o cruzamento desta com a avenida Faria Lima, o problema gerou lentidão no trânsito. Agentes da CET organizavam o fluxo.
As proprietárias de duas lojas de ferragens, na rua Paes Leme, que foram completamente destruídas por um incêndio nesta quinta, estimam que, juntas, perderam R$ 1,6 milhão só em mercadorias. Elas dizem que o incêndio começou após um curto-circuito na fiação de um poste na rua.
"Os bombeiros demoraram mais de uma hora pra chegar. Se fossem 15 minutos talvez salvaríamos algo. E a Eletropaulo até agora [16h30] não apareceu", afirma Olga Passiano, 58.
"Estou aqui há 20 anos. Era o meu ganha pão. Quem vai pagar minhas contas?", perguntava Dora Lemos, 50.
POMPEIA
Alguns bares e restaurantes da Pompeia reclamaram do prejuízo causado pela falta de energia após o temporal.
O gerente do Koto Sushi, Reginaldo Brito, 33, disse que o restaurante já perdeu o jantar de ontem e o almoço de hoje. "Deixei de receber 200 pessoas, em média, no período. Em dinheiro, de R$ 20 mil a R$ 30 mil." Às 13h45, só os funcionários almoçavam, com a casa fechada.
No Família Pereira - Templo da Picanha, onde a energia foi restabelecida nesta madrugada, o gerente Alan Cardec, 42, diz que, por não ter funcionado ontem à noite, estima que deixou de ganhar cerca de R$ 3.000.
A falta de energia afetou também a manhã de trabalho no Ceagesp, na Vila Leopoldina, na zona oeste. Segundo a administração local, o entreposto ficou sem fornecimento de energia elétrica desde as 14h desta quinta-feira até as 13h desta sexta-feira.
NO ESCURO
No início da noite desta sexta-feira (21), São Paulo ainda segue com ruas e casas sem luz. Há relatos de moradores sem energia em bairros das zonas norte e oeste.
De acordo com o gerente de operações da Eletropaulo, Marcelo Puertas, a concessionária está trabalhando com capacidade máxima para restaurar o abastecimento.
"Não se trata de um atendimento pontual, mas de uma reconstrução de rede. Estamos reinstalando postes, transformadores e condutores", afirmou.
A empresa não deu previsão para a volta à normalidade.
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