Kalil assume BH em dívida com a própria administração municipal
O prefeito eleito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), assumirá o comando da capital mineira em débito com a própria administração municipal e deverá encerrar o mandato de quatro anos sem quitar todas as dívidas.
A maior parte das cobranças é pela falta de pagamento de IPTU. Procurado, o prefeito eleito disse por meio de nota que as dívidas "não terão nenhum tipo de interferência na administração".
Cristiane Mattos/Futura Press/Folhapress | ||
Alexandre Kalil durante votação em Belo Horizonte |
Durante a campanha eleitoral, o então candidato chegou a dizer que não devia mais à prefeitura, mas documentos obtidos pela Folha apontam que, em 27 de outubro, a três dias do segundo turno, sua dívida ativa era de R$ 119 mil e que a PGM (Procuradoria-Geral do Município) cobrava dele mais R$ 178 mil.
Alguns desses débitos corriam desde o início dos anos 2000. No dia 25 de outubro, depois que os adversários começaram a falar das dívidas em eventos eleitorais, Kalil iniciou o pagamento de R$ 78 mil do total devido.
Um dos pagamentos foi programado para ser quitado em 96 meses, exatos oito anos. Há também parcelamentos em 80, 81 e 72 vezes.
BUROCRACIA
Kalil, ex-presidente do Atlético-MG, diz que as dívidas pendentes seguem trâmites burocráticos da prefeitura. Sua empresa, a Erkal Engenharia, também devia à gestão municipal em 27 de outubro, em IPTU e outros tributos, como taxa de fiscalização. A dívida ativa da empreiteira era de R$ 122 mil e mais R$ 1,5 milhão eram cobrados pela procuradoria.
No entanto, Kalil diz que é a prefeitura que deve R$ 1,5 milhões à Erkal. A firma prestava serviços como asfaltamento de ruas ao município. Na campanha, a Erkal enfrentou outros problemas por causa de suas dívidas e chegou a ter a falência decretada por uma juíza, mas a decisão foi suspensa após recurso. Atualmente, a Erkal também consta na lista de devedores da União, com um débito de R$ 14 milhões.
Procurada, a assessoria do eleito diz que parte das dívidas foram pagas e que, em relação ao parcelamento, ele "está exercendo o mesmo direito de um cidadão comum". "Eles foram feitos de acordo com a lei, e os critérios foram estipulados pela gestão atual da prefeitura", informa.
Segundo a nota, as dívidas "serão tratadas de forma republicana e transparente, como as de qualquer outro cidadão, assim como as dívidas que a prefeitura possui com a empresa Erkal Engenharia, credora de cerca de R$ 1,5 milhão". A nota ainda diz que as dívidas não terão nenhum tipo de interferência na administração e serão tratadas "da forma que a lei determina".
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