Afetados, usuários do metrô de SP dizem que deveria 'parar tudo'
Fabricio Lobel/Folhapress | ||
Bastante gente na expectativa de abertura do metrô itaquera, embora os funcionários dentro da estação digam que isso não deve ocorrer |
A paralisação de metrô e trem em São Paulo pegou usuários de surpresa na manhã desta quarta-feira (15) na estação Itaquera (zona leste). O motivo foi o fechamento do acesso à CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na estação, uma das maiores da capital paulista.
Na terça-feira (14), trabalhadores do sistema ferroviário haviam decidido manter o trabalho, ao contrário dos metroviários, que decidiram pela paralisação de 24 horas. O acesso à CPTM no local só foi liberado às 7h18.
Segundo os movimentos que organizam o dia de paralisações, os atos são uma resposta à proposta de reforma da Previdência do governo do presidente Michel Temer (PMDB).
Em Itaquera, a justificativa para o fechamento do acesso ao trem nas primeiras horas de funcionamento, dada por funcionários da companhia, é que haveria riscos à segurança com aglomerações geradas pelo fluxo trazido pela CPTM e não escoadas pelo metrô.
A opção são as estações Dom Bosco, José Bonifácio ou Tatuapé –com micro-ônibus lotados fazendo o traslado de passageiros.
Para a analista de sistemas Isabel Trajano, 47, que iria do Parque do Carmo à Paulista, apesar do prejuízo no transporte, "entendo o porquê da paralisação". "Não acho viável ter que contribuir 49 anos para poder me aposentar. Querem que eu apresente certidão de óbito para pleitear a aposentadoria?", ironizou.
Para o conferente Erik Costa Santos, 24, que seguiria de Itaquera à Barra Funda, na zona oeste, "o trem parado cedo é que causou surpresa". "Porque se o governo quer tirar conquistas dos trabalhadores, sou a favor de que parem mesmo. Só acho então que tinha que parar tudo", opinou.
Já a doméstica Silvana Moreno, 47, que seguiria de Cruz Sá para o Tatuapé, ambos na zona leste, o fechamento da CPTM, ainda que por algumas horas, foi "um transtorno e uma frustração".
"Os micro-ônibus nos deixaram em Itaquera, sendo que a CPTM ainda estava fechada. Se é greve, é greve, não tem sentido um parar, o outro não, mas parar por um tempo e causar esse transtorno todo", disse.
Para a dona de casa Vera Lúcia Santiago, 60, a paralisação do transporte impediu que fosse a uma consulta médica marcada havia seis meses com um cardiologista. Sem metrô, ela não conseguiu ir da Cidade Tiradentes, onde mora, para o agendamento no Incor, próximo à estação Clínicas.
"Acho isso um absurdo. Operei em 2010, coloquei pontes de safena, e tinha essa consulta hoje. Para piorar, minha receita vence hoje e meu remédio está no fim", afirmou. Ela disse desconhecer tanto que nesta quarta haveria paralisações quanto a razão delas.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Acompanhe toda a cobertura dos blocos, festas e desfiles do Carnaval 2018, desde os preparativos
Tire as dúvidas sobre formas de contaminação, principais sintomas e o processo de imunização
Folha usa ferramenta on-line para acompanhar 118 promessas feitas por Doria em campanha