Enfermeiro é acusado de espancar idosa em hospital de São Paulo
Uma dona de casa de 78 anos, internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital do Servidor Público Municipal, na Aclimação (zona sul), afirma ter sido agredida no rosto, com socos e tapas, por um enfermeiro de plantão, na madrugada de sábado para domingo (16).
O hospital, sob a gestão João Doria (PSDB), abriu sindicância e afastou o enfermeiro. A família registrou boletim de ocorrência.
Thereza de Jesus Garcia exibe hematomas em toda face direita do rosto, segundo mostram fotos divulgadas nas redes sociais por parentes da vítima. Na última quinta (13), ela havia passado por uma cirurgia para desobstruir uma artéria na perna esquerda.
Segundo a idosa denunciou a funcionários do hospital, após a troca de turno dos enfermeiros, ela estava com sede e pediu um copo de água ao profissional de plantão. Nesse momento, segundo Thereza conta em vídeo gravado pela família, o enfermeiro começou a dar tapas e socos do lado direito do rosto dela, sem motivo. "Ele me xingou e me bateu até cansar", disse a idosa.
Reprodução/Facebook | ||
Thereza de Jesus Garcia, 78, com rosto machucado, no leito da UTI do Hospital do Servidor Público Municipal |
A filha dela, a auxiliar de enfermagem Hedilaine Aparecida Garcia, 45, diz que recebeu a ligação de uma assistente social por volta das 11h do domingo, contando o que havia acontecido e pedindo que ela fosse até o hospital.
"Quando vi minha mãe machucada, já do corredor, quase desmaiei. Ela ali, com o rosto sujo, olho e queixo roxos, deitada na cama da UTI, me olhou e começou a chorar. Foi muito triste."
Hedilaine conta que seu irmão disse que viu o homem apontado como agressor naquela noite. "O enfermeiro estava alterado, meio grosso. Minha mãe, indefesa na cama, achou que ele fosse matá-la, porque a machucou ao longo da madrugada."
O enfermeiro é considerado tranquilo por colegas ouvidos pela reportagem. Concursado, trabalha naquela UTI desde 1990, segundo a diretoria do hospital, que diz também que a paciente está passando por tratamento psicológico, sem previsão de alta.
RECUPERAÇÃO
A dona de casa Thereza de Jesus Garcia, 78, é tida como uma mulher sorridente em seu dia a dia. Mesmo após o trauma que sofreu, na UTI do Hospital do Servidor Público Municipal, ela brinca com o novo enfermeiro e diz que precisa de um pente para "ficar bonita para os fãs".
É assim que a filha dela, a auxiliar de enfermagem Hedilaine Aparecida Garcia descreve a mãe. "Ela é uma fofa, sempre brincalhona."
Thereza e o marido, Pedro Garcia, 80, têm três filhos, sendo que um deles mora com o casal no Jaçanã (zona norte de SP). Ela adora costurar e pintar panos.
OUTRO LADO
O superintendente do Hospital do Servidor Público Municipal, Antonio Célio Camargo Moreno, afirmou que o enfermeiro foi afastado de suas atividades até o fim das investigações da agressão, que podem durar até 90 dias. "A pena máxima, se comprovada a culpa, é a exoneração do cargo. Mas não posso dizer, antes da conclusão da sindicância, o que vai acontecer ao enfermeiro", afirmou Moreno.
Segundo o médico, após a paciente informar sobre a agressão, profissionais identificaram os hematomas, acionaram a assistência social e avisaram a família. O superintendente disse, ainda, que o hospital orientou a família a fazer o boletim de ocorrência.
A reportagem não conseguiu falar, nesta terça (18), com o enfermeiro acusado pela agressão à dona de casa Thereza de Jesus Garcia. O Hospital do Servidor Público Municipal disse que não poderia passar o contato do enfermeiro. A reportagem não conseguiu contato telefônico nem por Facebook com o enfermeiro. Também não conseguiu localizar o advogado do servidor.
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