Mafioso italiano procurado pela Interpol é preso em aeroporto de SP
A Polícia Federal anunciou ter prendido na manhã desta sexta-feira (9) no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, o mafioso italiano Vicenzo Macri. Considerado foragido internacional pela Justiça italiana e alvo de um alerta vermelho da Interpol, Macri será processado na Itália pelo crime de tráfico de drogas.
Segundo a PF, Macri usava identidade falsa venezuelana e se apresentava como Angelo Di Giacomo.
Ainda de acordo com a PF, Macri pertence à homônima família mafiosa da 'Ndrangheta, que opera em Siderno, região da Calábria, na Itália, ligada à família mafiosa dos Commisso.
Divulgação | ||
Cartaz de procurado do italiano Vicenzo Macri, preso nesta sexta no aeroporto de Guarulhos |
Macri é filho e sucessor do antigo chefe da família, Antonio Macri, que era conhecido como o "Boss dos dois mundos" e foi chamado pelos procuradores italianos como a "prova viva da onipotência do crime organizado". Quando Antonio Macri foi assassinado em 1975, 5.000 pessoas compareceram a seu funeral em Siderno.
Vicenzo Macri coordenou por mais de dez anos o tráfico de drogas como cocaína e haxixe vindas do Marrocos, da Holanda e da República Dominicana com destino à Itália, informou a polícia.
Em conversas gravadas por microfones e câmeras escondidas em 2016 e anexadas a investigações na Itália, Vicenzo Macri aparecia discutindo sobre planos de expandir os negócios de narcotráfico para a Venezuela, segundo a Reuters. Ele foi levado para a sede da PF em São Paulo.
Ainda de acordo com a Polícia, após a detenção, será iniciado um processo de extradição do Brasil para a Itália através da Justiça.
A 'Ndrangheta é hoje um dos maiores grupos mafiosos da Itália, "rivalizando" com a Camorra, a máfia de Nápoles. Apesar de ser "menos famosa", a organização está espalhada para muito além do tráfico internacional de drogas e sua detecção é muito difícil.
Atualmente, estima-se que existam 6.000 membros mafiosos na Itália e outros 60 mil espalhados por mais de 30 países diferentes. Além de atuar no tráfico, já foram encontrados membros das 'ndrines, como são conhecidos os clãs do grupo, em organizações estatais, em denúncias sobre manipulação de resultados esportivos e até ligados à gestão de recursos para a imigração.
Com agências internacionais
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