Polícia apura se suspeitos de fraudar concursos planejavam agir no Enem
Bruno Santos/Folhapress | ||
Estudante confere lista de localização de salas para prova do Enem |
As polícias civis de Goiás e do Distrito Federal deflagraram nesta segunda-feira (30) uma operação contra um grupo suspeito de ter praticado fraudes em vestibulares de medicina e diversos concursos públicos pelo Brasil, inclusive o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2016.
Segundo a assessoria da Polícia Civil de Goiás, os policiais investigam indícios de que o grupo teria planos para fraudar o Enem deste ano, cujas provas acontecem no próximo domingo (5) e no dia 12 de novembro. Mais de 6,73 milhões de candidatos farão o exame em 12.416 locais de prova pelo Brasil.
Em conjunto, as operações Panoptes, da Polícia Civil do DF, e Portas Fechadas, da Polícia Civil de Goiás, cumprem 19 mandados de busca e apreensão, 11 de condução coercitiva e 8 de prisão preventiva nas cidades de Goiânia, Brasília, Nova Glória, Valparaíso e Aparecida de Goiânia.
A assessoria de imprensa do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela aplicação do Enem, afirmou que o órgão ainda não foi notificado e está em busca do inquérito para poder se manifestar.
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Em novembro do ano passado, duas operações da Polícia Federal prenderam pelo menos 11 pessoas suspeitas de participar em um esquema de fraude no Enem. Foram elas a operação Embuste, em Minas Gerais, e a operação Jogo Limpo, deflagrada nos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Tocantins, Amapá e Pará.
Segundo a PF, os indícios eram de que os fraudadores tiveram acesso antecipado às provas para então transmitir o gabarito por ponto eletrônico para candidatos que faziam o Enem. De acordo com as investigações, o grupo de Minas cobrava entre R$ 40 mil e R$ 50 mil pelo gabarito da prova.
Em setembro deste ano, o Inep decidiu anular o resultado do Enem de 13 participantes que foram indiciados por fraude pela PF na operação Jogo Limpo. Dos 13 indiciados, três fizeram o Enem em 2015. Os outros dez participaram do Enem em 2016. A maioria deles, segundo o Inep, estava matriculada em cursos de medicina e odontologia em universidades federais das regiões Norte e Nordeste.
O Inep diz ainda que está monitorando o caso de 13 participantes suspeitos de terem fraudado o Enem em 2013, de acordo com informações da operação Hemostase, deflagrada pela Polícia Civil de Minas Gerais em 2014.
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