Polícia ainda busca identidade de suspeitos de espancar ator em SP
A Polícia Civil ainda tenta identificar os homens que agrediram o ator Diogo Cintra, 24, ao lado do terminal Parque Dom Pedro 2º, na região central, na madrugada de quarta-feira (15).
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, as investigações estão a cargo da equipe do 1º DP (Liberdade), que analisará as imagens captadas pelas câmeras de segurança do terminal para chegar à identidade dos envolvidos.
A Folha esteve na delegacia nesta segunda-feira (20) e encontrou apenas a equipe de plantão. Segundo a secretaria, o ator ainda seria ouvido pelo delegado –quase uma semana após a agressão.
Imagens captadas pelas câmeras de segurança do terminal mostram os momentos em que o ator foge de um homem com um pedaço de madeira na mão e, em seguida, pede ajuda aos seguranças.
O ator contou que estava voltando para casa, que fica no Capão Redondo, após passar a noite em uma festa com os colegas de elenco da peça em que atua há alguns meses.
A pé, perto do terminal, ele foi abordado por dois homens que tentaram roubar seu celular. Como estava perto das catracas, resolveu correr em busca de ajuda.
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Diante dos seguranças (de colete amarelo), Diogo é arrastado por agressores (em primeiro plano) |
Uma vez dentro do terminal, foi seguido pelos agressores que o acusaram de tentativa de roubo e insistiram com os seguranças para que a questão fosse resolvida do lado de fora.
O jovem foi arrastado para a calçada e agredido com pauladas pelo corpo. Três cachorros que estavam com o grupo também o atacaram. Os agressores levaram seu celular e sua carteira.
Ele acusa os funcionários do terminal de racismo por terem se negado a ajudá-lo e por acreditarem na versão dos agressores de que ele teria tentado assaltá-los.
O caso ganhou repercussão após Cintra divulgar texto sobre o ocorrido em sua página em uma rede social. O depoimento gerou comoção e atingiu mais de 28 mil curtidas na rede social.
Na tarde de sábado (18), a Secretaria Municipal de Transportes da gestão João Doria (PSDB) afirmou que os funcionários envolvidos no caso foram afastados de suas atividades.
Nas imagens, é possível identificar ao menos dois agressores, que arrastaram o ator pelo braço para fora do terminal. Os demais estavam com capuzes que escondiam seus rostos. A secretaria municipal disse que ajuda a polícia nas investigações.
"O negro foi libertado da escravidão, mas não inserido na sociedade. Fomos jogados para as periferias. Hoje em dia temos mais direitos, o racismo é crime, mas não quero viver só de direitos. Quero poder ir ao supermercado e não receber olhares mal-encarados", diz o ator.
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