Por mês, até 40 pedem ajuda para dependentes em Ribeirão Preto
A Prefeitura de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) recebe até dez pedidos por semana para internar dependentes químicos, principalmente viciados em crack, em comunidades terapêuticas. Cinco anos atrás, era uma solicitação por semana.
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A estimativa da demanda é da Coordenação de Saúde Mental do município. Mas, fora os ambulatórios (Caps) e leitos em hospitais, a cidade tem só 20 vagas gratuitas via SUS na comunidade terapêutica Rarev, por meio de repasse do governo federal.
Além dos apelos à prefeitura, a demanda por tratamento também é alta na Defensoria Pública de Ribeirão.
Márcia Ribeiro/Folhapress | ||
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Maria, em seu quarto, onde tranca com chave suas mercadorias para não serem levadas pelos filhos viciados |
Por dia, são de três a quatro pedidos de familiares que querem internação compulsória para o parente. Na maioria dos casos, as famílias estão no limite, diz a defensora Ana Simone Viana Cota Lima.
"Os pais até tentam levar o filho ao ambulatório, ao Caps, mas eles não aderem. Aí começa a agressão física, o roubo de objetos de casa."
Márcia Marisa Macei, da associação de familiares do dependente químico de Ribeirão, diz ser procurada por ao menos 20 mães por mês --a maioria busca vagas em comunidades terapêuticas.
INSUFICIENTE
Dos pedidos semanais à prefeitura, todos os pacientes chegam a passar por avaliação médica, segundo o psiquiatra Alexandre Firmo Souza Cruz, da Saúde Mental.
Mas ele não soube dizer quantos de fato conseguem internações mais prolongadas, como pedem as famílias --em leitos hospitalares (até três meses, em geral) ou no Rarev (de seis a nove meses).
Cruz admite, porém, que as 20 vagas do SUS na clínica terapêutica são insuficientes. Para atender ao volume de dependentes na fila de espera, a partir desta semana a prefeitura deve custear mais 60 vagas gratuitas em outras comunidades terapêuticas, fora de Ribeirão Preto.
Na região, há três hospitais com leitos para usuários de drogas --Santa Tereza e HC (Hospital das Clínicas), em Ribeirão, e Cais, em Santa Rita do Passa Quatro (248 km de São Paulo).
Em nota, o governo estadual disse que são 691 leitos especializados em todo o Estado --serão mais 501 até 2014.
Ainda segundo o Estado, quando há necessidade, a vaga é solicitada pela central de regulação, que pode encaminhar o paciente até para leitos fora da região --está sendo feito um levantamento para detectar as demandas de cada cidade no tratamento de dependentes químicos.
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