Sem Jogos e sem verba, beisebol apela à venda de rifa
Não são os badalados cubanos, americanos ou japoneses que no momento causam mal-estar à seleção de beisebol. É o constrangimento de incomodar parentes, amigos e, em alguns casos, até desconhecidos para que comprem rifa. Daí sairá o dinheiro para pagar a viagem ao Pré-Mundial.
"'Quando era juvenil, sabia que quando as pessoas me viam pensavam, 'ih, lá vem aquele chato de novo'", diz Cléber Ojima, arremessador da seleção brasileira. "Porém nunca imaginei que passaria por isso na seleção principal. Para mim, ficou mais chato. Antes, tinha 18 anos. Hoje, estou com 31."
O aperto no orçamento da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol é reflexo da diminuição do percentual da verba da Lei Piva a que tem direito. O beisebol brasileiro viu seu quinhão ser reduzido pelo COB de 1,5% anuais para 0,5%.
"O COI retirou [em julho de 2004] o beisebol de Londres-12, e nós é que pagamos por isso aqui no Brasil", analisou Jorge Otsuka, presidente da CBBS.
Apesar de não ter obtido vaga em Pequim-08 e estar fora do programa de Londres-12, o beisebol brasileiro vem obtendo conquistas desde o início da Lei Piva. Foi após seu advento que obteve a primeira classificação para um Mundial, em 2003.
Na base, o país obtém títulos, como o vice-mundial júnior (entre 15 e 16 anos) em 2007 --perdeu na final para o Japão. "Hoje, um terço dos praticantes no país são não-descendentes de japoneses", diz Otsuka.
Foi em participações em torneios internacionais, hoje sob risco, que vários brasileiros foram descobertos por olheiros estrangeiros, como Jean Antonio Tomé, que fechou recentemente com o time de base do Seattle Marines, dos EUA.
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