Presidente da Comissão de Atletas do COI defende Bolt de críticas
O presidente da Comissão de Atletas do COI (Comitê Olímpico Internacional), o namíbio Frank Fredericks, defendeu o velocista jamaicano Usain Bolt das críticas feitas pelo presidente do COI, Jacques Rogge, após a vitória do atleta na final dos 100 metros rasos nos Jogos de Pequim.
Na ocasião, Bolt estabeleceu 9s69, novo recorde mundial e, segundo Rogge, desrespeitou os adversários quando abriu mão de realizar a prova completa no seu ritmo máximo e começou a comemorar a medalha de ouro antes mesmo de cruzar a linha de chegada.
"Um atleta que faz 9s69 não tem que ouvir alguém dizer como precisa reagir. É um momento único, pelo qual [Bolt] se sacrificou e treinou durante muito tempo, e além disso ele fez história", avaliou Fredericks.
"Não é algo planejado. Não se pode prever como atuar se você registra 9s69 em uma final. Você acaba reagindo sem pensar", completou o ex-atleta africano, ganhador de quatro medalhas de prata em Jogos Olímpicos --duas nos 100 m rasos e duas dos 200 m rasos, em Barcelona-1992 e Atlanta-1996, as únicas medalhas da Namíbia na história dos Jogos Olímpicos.
Fredericks disse também que Bolt tentou, com sua atitude ao cruzar a linha de chegada, "dizer ao mundo que fez algo que ninguém havia feito antes".
Rogge
Para o presidente do COI, no entanto, Bolt desrespeitou os adversários. "Essa não é a imagem de um campeão. Ele precisa amadurecer. É jovem, mas deveria mostrar mais respeito com seus adversários. Adoraria vê-lo demonstrando mais respeito para os outros competidores. Ele deveria aprender que ele pode apertar as mãos dos outros participantes. Essa postura estaria mais de acordo com o espírito do ideal olímpico", afirmou o presidente do COI.
Rogge admitiu, no entanto, que considera Bolt, que bateu o recorde mundial tanto nos 100 m como nos 200 m rasos, um fenômeno do atletismo. A "dobradinha" feita pelo jamaicano em provas de velocidade na Olimpíada não acontecia desde os Jogos-1984, quando Carl Lewis venceu as duas provas.
"Ele está em outra dimensão. É preciso considerá-lo da mesma forma como Jesse Owens na década de 1930", concluiu o dirigente, comparando Bolt ao lendário atleta norte-americano, que ganhou quatro medalhas de ouro no atletismo da Olimpíada de Berlim-1936.
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