Ouro aos 32 anos, Maurren diz que vai disputar os Jogos de Londres-2012
A brasileira Maurren Maggi afirmou nesta sexta-feira, após conquistar a medalha de ouro no salto em distância dos Jogos Olímpicos de Pequim, que apesar de ter 32 anos ainda disputará mais uma Olimpíada.
"Isto não é o final. Continuarei treinando, pois ainda posso competir. Irei a Londres", disse a saltadora, que se tornou a primeira mulher do país a conquistar uma medalha de ouro individual na história das Olimpíadas.
O treinador de Maurren, Nélio Moura, concordou com a atleta. "Ela ainda tem mais um ciclo olímpico pela frente. Tem mais um Mundial, tem mais Copa do Mundo. Foram 14 anos de treinos para conseguir uma medalha de ouro", disse o treinador em entrevista ao canal Sportv.
Logo em seu primeiro salto na final, Maurren atingiu 7,04 m, marca que garantiu o ouro. Com o resultado, a brasileira não precisou realizar seu sexto e último salto, já que a russa Tatyana Lebedeva, a última atleta com chances de bater a marca de Maurren, atingiu 7,03 m em sua sexta tentativa, conquistando a prata a apenas um centímetro da brasileira.
"Ela [Maurren] deu quase tudo o que tinha. Só não deu tudo porque ela ainda perdeu um salto enorme [pisou na linha]. Mas, se precisasse, ela ia fazer um salto ainda maior no último", disse o treinador.
Moura também fez questão de falar sobre Lebedeva, que havia sido campeã da prova em Atenas-2004. "Várias pessoas falaram na Vila [Olímpica] que admiravam e idolatravam a Lebedeva, mas a Maurren foi pra cima dela."
"Foi uma coisa maravilhosa, uma competição duríssima. Ela conseguiu entrar com o melhor que ela tinha para dar nesse momento. Por causa de tudo o que ela já fez, de tudo o que ela passou ela está levando o ouro para casa, para a gente", continuou.
Essa foi também a primeira medalha do atletismo feminino do país na história da competição. Em Pequim, a única outra medalha de ouro conquistada pelo Brasil até o momento foi a do nadador César Cielo nos 50 m livre.
Trajetória
Os Jogos Olímpicos de Pequim são a segunda Olimpíada de Maurren, já que ela não pôde competir em Atenas-2004. Em sua primeira chance (Sydney-2000), ela sofreu uma contusão na coxa durante nas eliminatórias e não se classificou para a final.
Em 2003, Maurren era a estrela do atletismo nacional. Dona de três das cinco melhores marcas do ano e bronze no Mundial indoor, ela chegava ao Pan de Santo Domingo como favorita, mas um antidoping positivo para o esteróide anabólico clostebol alterou seus planos.
A saltadora alegou que foi contaminada por um creme para cicatrização que foi utilizado durante uma sessão de depilação, mas acabou suspensa por dois anos e chegou a abandonar o esporte.
Maurren só retornou às pistas em 2006. No ano seguinte, ganhou os Jogos Pan-Americanos e voltou a figurar entre os maiores nomes da prova.
Na atual temporada, ela foi vice-campeã mundial indoor. Na ocasião, foi superada por Naide Gomes, uma das favoritas ao ouro em Pequim, mas que não conseguiu passar pelas eliminatórias e foi apenas a 32ª melhor da fase de classificação, com 6,29 m.
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