Após cinco Olimpíadas, Fofão, 38, enfim conquista a medalha de ouro
Capitã e jogadora mais experiente do grupo que conquistou neste sábado a inédita medalha de ouro da seleção feminina de vôlei, a levantadora Fofão, 38, viveu todo o ciclo da equipe brasileira que culminou no triunfo por 3 sets a 1 sobre os Estados Unidos, na final dos Jogos Olímpicos de Pequim.
Foram cinco Olimpíadas, cinco semifinais, dois bronzes (Atlanta e Sydney) e 18 anos na seleção brasileira antes de ir ao lugar mais alto do pódio neste sábado.
Fofão estreou na seleção em 1991 e, no ano seguinte, disputou a primeira de suas cinco Olimpíadas --é a mulher do Brasil que mais vezes participou do evento. Em Barcelona, a equipe nacional brigou pela primeira vez por uma medalha, mas ficou na quarta posição.
Desde então, as brasileiras estiveram presentes em todas as semifinais olímpicas, sempre com Fofão no grupo, mas passando a maior parte de tempo no banco de reservas.
Após o traumático quarto lugar em Atenas-2004, ela assumiu o posto de titular, saindo da sombra de Fernanda Venturini, e desde então foi ao pódio em todos os torneios. Só não venceu a Copa do Mundo, o Mundial e o Pan-07 --ficou com a prata.
Mas antes de chegar a Pequim, ela precisou superar dois sustos. Pouco antes da convocação do técnico Zé Roberto Guimarães para a Olimpíada, a ex-jogadora Fernanda Venturini, titular de Fofão durante grande parte de sua trajetória na seleção, ofereceu-se para retornar ao grupo. No entanto, o treinador se recusou a convocá-la.
Em junho, Fofão sofreu uma pancada no joelho esquerdo durante um amistoso os Estados Unidos. Após a contusão, ela admitiu que sentiu medo de não voltar mais a jogar vôlei.
"Pensei em várias coisas naquela hora. Primeiro porque foi uma pancada muito forte, e tive muito medo de que tivesse sido algo pior. Logo me examinaram e não constataram nada de grave. Fiquei mais tranqüila. Mas levei um susto. Sempre tive receio de lesionar o joelho. Depois veio o pensamento de não poder jogar mais", disse Fofão na época.
Sua liberação para voltar à seleção foi recebida já no começo de julho e a levantadora ainda teve tempo para vencer o Grand Prix antes de comemorar a sua primeira medalha de ouro olímpica.
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