Com boxe cubano "em branco", Brasil supera rival no quadro de Pequim
Considerada a maior potência esportiva da América Latina, Cuba perdeu a supremacia regional nos Jogos Olímpicos de Pequim para o Brasil. Os cubanos, que terminaram o Pan do Rio de Janeiro, no ano passado, atrás apenas dos Estados Unidos, ficaram na 28ª colocação no quadro de medalhas, com dois ouros e outras 22 medalhas.
Com nove medalhas a menos, o Brasil, 23º na classificação por países, conseguiu ficar à frente da ilha caribenha graças ao número de ouros superior ao do rival --foram três, obtidos por César Cielo, Maurren Maggi e pela seleção feminina de vôlei.
O desempenho cubano é o pior do país desde a Olimpíada da Cidade do México-1968, quando abocanhou apenas quatro medalhas de prata. Na edição passada dos Jogos, em Atenas, foram nove ouros, sete pratas e 11 bronzes.
O esporte que mais contribuiu para queda cubana foi o boxe. A ilha caribenha já teve 32 títulos na modalidade em Jogos Olímpicos, mesmo não tendo participado das edições de Los Angeles, em 1984, e de Seul, em 1988. Além disso, possui 62 campeões em Mundiais adultos.
Responsáveis por cinco ouros em Atenas, os pugilistas da ilha não conquistaram nenhum título na China, assim como o beisebol, preferência nacional, que foi derrotado pela Coréia do Sul na decisão.
Parte da responsabilidade pela "decadência" do esporte cubano deve-se à fuga de talentos locais para outros países.
O boxe é um dos esportes que mais ocasiona desertores cubanos, já que a cada competição que disputam fora da ilha, os boxeadores são atraídos por bolsas milionárias.
Durante o Pan do ano passado, quatro atletas (o ciclista Michel Fernández García, Rafael Capote, do handebol, e os pugilistas Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara) e um treinador (Lázaro Ramírez, da ginástica) desertaram. Rigondeaux e Lara, no entanto, foram mandados de volta.
Para evitar novos casos de deserção, o regime cubano impediu em agosto do ano passado que seus atletas disputassem o Mundial de Boxe, em Chicago (EUA), que servia como classificatório para os Jogos Olímpicos.
Em março, a seleção cubana de futebol precisou jogar contra Honduras, durante o Pré-Olímpico da Concacaf, com apenas dez jogadores, já que sete atletas do elenco haviam desertado.
Atual bicampeã mundial e medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 na categoria até 78 kg, a judoca Yurisel Laborde abandonou em maio a delegação cubana que estava disputando o Campeonato Pan-Americano Sênior, em Miami, nos Estados Unidos.
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