Com 'Tufão', Goiás cresce no returno e pode subir hoje para a Série A
No caminho inverso do rival Atlético-GO, rebaixado domingo, o Goiás pode voltar nesta terça-feira à Série A após dois anos. Basta vencer o Boa em Varginha ou ver o São Caetano derrotado fora de casa pelo vice-líder Criciúma, que assim também subiria.
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Depois de conquistar só 48% da pontuação nas nove rodadas iniciais, o clube alviverde terminou o primeiro turno na quinta posição, a 11 pontos da liderança. Mas, com 82% de aproveitamento no returno, assumiu a ponta.
O presidente João Bosco Luz e o treinador Enderson Moreira creditam o começo ruim ao desgaste provocado pela dedicação ao título estadual e à Copa do Brasil, em que a equipe eliminou o Atlético-MG e caiu ante o São Paulo nas quartas de final.
"Já esperávamos isso", dizem sobre a oscilação e o crescimento.
Felipe Oliveira/Divulgação/EC Vitória | ||
Walter (no centro) disputa a bola com Victor Ramos no jogo entre Goiás e Vitória em Salvador |
Todos no clube repetem: "O time encaixou". Moreira acrescenta que o Goiás ganhou confiança e se mostrou competente, mas admite seu espanto com a pontuação obtida na segunda metade da competição.
"O esquema [tático] é o que todo mundo está usando: dois volantes, dois meias abertos, um no centro e um atacante", resumiu Walter, artilheiro com 12 gols e cuja entrada na equipe coincidiu com a arrancada rumo à taça.
A repetição dos titulares, sem desfalques por lesão ou suspensão, também foi vista como trunfo. "É o sonho de todo treinador ter uma sequência dessa. Ele está com o time na mão", declarou o atacante.
'TUFÃO É MATADOR'
Em 2011, o Goiás não passou de 11º colocado da segunda divisão.
Aos remanescentes, como o goleiro Harley, o volante Amaral e os zagueiros Ernando e Valmir Lucas, juntaram-se os emprestados Vítor e Egídio, laterais respectivamente de Palmeiras e Flamengo, Renan Oliveira, meia do Coritiba, e Ricardo Goulart, atacante do Santo André.
Ramon, ex-Coritiba, veste a camisa 10. O ex-corintiano Iarley virou reserva.
"Muitos não renderam aquilo que a gente esperava. Mas os jogadores, em geral, deram mais certo [do que errado]", avaliou o técnico Enderson Moreira.
Uma das apostas bem sucedidas é Walter, um bom finalizador que sabe tabelar e funcionar como pivô.
A torcida o apelidou de Tufão, personagem da novela Avenida Brasil, por causa da sua dificuldade em perder peso. Ele não gostou da brincadeira, mas acabou aceitando-a, embalado pela boa fase.
Cedido pelo Porto após fracassar no Cruzeiro, o camisa 18 tem reapresentação marcada para janeiro em Portugal. Na sua passagem anterior, foi reserva de Falcao García, que atualmente brilha no Atlético de Madri.
Agora, Walter teria a concorrência de outro colombiano, Jackson Martínez, que mantém excelente sequência. "Está fazendo muitos gols. Vejo todos os jogos", afirmou o atacante pernambucano.
"Comecei muito bem, me sinto bem no Porto, a torcida gosta de mim. Mas aqui também", disse Walter, que não sabe se continuará em Goiânia. "Isso está me aperreando, não sei ainda, falta um mês. É melhor ir para as férias com tudo certo".
Novamente ele teria que desembarcar num clube com a temporada em curso. "É o sonho de todo jogador ir para a Europa. Tenho isso na mão, mas não é só chegar lá", ponderou. "Nunca tive uma pré-temporada correta, queria pegar uma forte. Ia me ajudar bastante, meu ano seria muito bom".
Contratado pelo Goiás no início deste semestre, ele precisou de duas semanas de treino para melhorar sua forma física. Ainda assim, uma silhueta robusta o perseguia. Ao balançar a rede, passou a ouvir o coro de "Uh, terror! O Tufão é matador".
Sua atribulada carreira começou com o episódio que ele chama de "minha fuga". Goleador da equipe sub-17 do Vitória em 2005, foi levado pelo empresário ao São José, de Porto Alegre. De lá, transferiu-se para o Internacional.
Com Renan Oliveira, que reencontrou no Goiás, ele sagrou-se campeão e goleador do Sul-Americano sub-20 de 2009. Uma lesão de joelho o impediu de participar do vice-campeonato mundial no Egito.
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