Novo gerente do Palmeiras fala em disciplina e blindagem
Com fama de linha dura, o novo gerente de futebol do Palmeiras, Omar Feitosa, 45, disse nesta segunda-feira que a blindagem do elenco é essencial para o time melhorar o desempenho em campo e descartou passar a mão na cabeça de alguns jogadores.
"O grupo consegue trabalhar bem quando está blindado, e não dando a cara para bater toda hora", disse Feitosa. "Na maioria das vezes que se obtém sucesso é com um nível de disciplina e comprometimento, um alto grau de exigência", completou o novo gerente, que ocupa a função pela primeira vez na carreira.
Alessandro Shinoda/Folhapress | ||
Omar Feitosa durante entrevista na Academia de Futebol |
Ex-preparador físico do Atlético-PR, Feitosa retorna ao Palmeiras após quase três anos. Entre 2007 e abril de 2010, ele exerceu a mesma função no clube, quando conheceu o presidente Paulo Nobre, à época, vice-presidente do clube.
"O Paulo [Nobre] trabalhou com ele e gostou do perfil dele, do nível de organização. E nós estávamos em busca de um fato novo, alguém que tivesse vivência de vestiário", explicou o diretor executivo José Carlos Brunoro, ao apresentar Feitosa nesta tarde, na Academia de Futebol.
Feitosa chega para ocupar o lugar de César Sampaio, que deixou o clube no último dia da gestão Arnaldo Tirone, há uma semana.
Mas a função dele -- blindar e motivar o elenco -- será um pouco mais limitada do que a de Sampaio, que participava das negociações para contratar reforços.
Ele assume o cargo em um dos piores momentos da história do clube, que vai disputar a Série B pela segunda vez e, com a derrota de ontem por 3 a 2 para o Penapolense, tem o pior início de temporada desde 2003, ano em que esteve na segunda divisão.
Feitosa descartou impor uma cartilha de conduta extracampo ao elenco, mas deve adotar um tom mais duro do que o antecessor.
"Não precisa passar a mão na cabeça de nenhum atleta", disse o novo gerente. "Os caras aí são pais de família, responsáveis".
No início da temporada, o técnico Gilson Kleina usou o episódio do atraso de quatro dias do meia Valdivia na reapresentação para criticar o tratamento dado pela diretoria anterior a alguns jogadores.
"O Valdivia parece que tem objetivos pessoais para alcançar. Vamos fazer com que ele tenha motivação para conquistar isso no campo", disse.
Feitosa revelou que sentiu "aquele friozinho na barriga" ao retornar ao clube na nova função, mas diz que a responsabilidade continua a mesma: "bem alta".
Ele contou ainda que deixou a mulher e a filha em Curitiba, sua cidade natal, para focar na nova função no Palmeiras.
"Acho que o Palmeiras tem de ter sua própria forma de conquistar as coisas. É um clube que tem suas características, milhões de torcedores, cobertura muito grande da mídia", finalizou Feitosa, que participou das campanhas dos acessos da Portuguesa e da Ponte Preta para a Série A do Brasileiro.
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