Rebelo responde a Marin e volta a defender mudança no calendário do futebol
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, tratou com ironia a declaração do presidente da CBF, José Maria Marin, que, em nota publicada e depois retirada no site da entidade, na semana passada, o acusou de não ser "do ramo".
"Para responder a essa pergunta eu precisaria saber de que ramo ele está falando. Não posso responder a priori", disse.
Rebelo participa nesta segunda-feira do seminário do 12º Fórum de Comandatuba, promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), juntamente com governadores, prefeitos, parlamentares e empresários. O tema do evento, neste ano, é a preparação do Brasil para a Copa e a Olimpíada-2016.
O ministro voltou a defender a mudança no calendário de competições do futebol brasileiro, uma das razões de desentendimento entre ele e o dirigente da CBF, que chamou a ideia de intervencionista.
Sebastião Moreira - 8.nov.2012/Efe | ||
José Maria Marin (esq) e Aldo Rebelo durante evento da Fifa em novembro de 2012 |
Segundo o ministro, a atual rotina de várias partidas por semana e múltiplos torneios submete os jogadores brasileiros à '"exaustão física, fazendo com que passem mais tempo nos departamentos médicos do que à disposição dos clubes e da Seleção".
Ele também criticou a falta de profissionalização no futebol, que leva a que atletas de divisões inferiores "passem mais da metade do ano sem salário". "Nossos clubes perderam exposição internacional. Enquanto os times europeus investem na exposição de suas ligas e suas marcas, nós nos retiramos desse circuito", afirmou.
Rebelo citou como exemplo a pequena repercussão internacional da vitória do Corinthians no Mundial de Clubes, disputado no fim do ano passado. "A imprensa internacional falou mais do Chelsea, que foi o time derrotado, que do Corinthians", disse o ministro.
Como ideia para reinserir o futebol brasileiro no mercado mundial, o ministro chegou a dizer que a Apex pode incluir os clubes e os torneios brasileiros entre os produtos promovidos no exterior. Com isso, afirmou, o Brasil melhoraria sua participação no PIB do futebol, que ele apontou como muito baixa.
Antes de responder à pergunta da Folha sobre as críticas da CBF, Rebelo já havia, no início de sua fala, criticado dirigentes que se perpetuam no poder, apontando a necessidade de se fixar limites ao número de mandatos à frente de entidades esportivas e também ao número de anos no comando.
Na resposta à crítica de que o ministério é intervencionista, disse: "A CBF é uma entidade privada e o objetivo do governo não é intervir nela. Mas o futebol também é alvo de interesse público, do interesse nacional", afirmou o ministro, que terminou sua fala retomando a ironia dirigida a Marin, hoje seu desafeto: "Quanto ao ramo, depois a gente vê...".
A jornalista Vera Magalhães viajou a convite da organização do 12º Fórum de Comandatuba.
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