Corintianos presos na Bolívia devem ser soltos nas próximas horas, afirma chanceler
O ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) afirmou nesta quarta-feira (24) que os corintianos que continuam presos na Bolívia sob suspeita de participar da morte de Kevin Espada, 14, devem ser soltos nas próximas horas.
"Há uma expectativa de um desenlace positivo, de libertação nas próximas horas. Estão sendo tomadas decisões logísticas para que os brasileiros retornem ao Brasil", afirmou o chanceler em coletiva de imprensa.
O advogado da Gaviões da Fiel Davi Gebara Neto disse à Folha que os últimos corintianos presos em Oruro já estavam fora da prisão no início desta tarde.
"Os cinco já estão soltos. Já deixaram a prisão. Eles e os outros [sete, soltos em junho] saem absolvidos pela Jusitiça da Bolívia".
Segundo Gebara, a doação feita pelo Corinthians à família de Kevin Espada (US$ 50 mil, cerca de R$ 112 mil, segundo o Ministério da Justiça) não influenciou na decisão boliviana em liberar os torcedores corintianos.
Na tarde de hoje, o Ministério da Justiça divulgou nota em que afirma ter viabilizado negociação entre os torcedores brasileiros e a família do jovem boliviano. O garoto foi atingido por um sinalizador durante a partida entre San José e Corinthians pela Libertadores. "O Ministério Público do Distrito de Oruro emitiu relatório conclusivo sobre a doação de 50 mil dólares feita pelo Corinthians, sob a ótica da Justiça Restaurativa", informa o texto.
Em junho, sete dos 12 torcedores brasileiros detidos em Oruro, na Bolívia, foram soltos. Os outros cinco, presos desde o dia 20 de fevereiro, continuaram no país vizinho.
Patriota destacou que desde o início do caso o governo brasileiro fez gestões para a libertação dos brasileiros, com participação inclusive da presidente Dilma Rousseff. O ministro espera que a volta dos brasileiros ao país ocorra no "mais breve prazo".
Torcedores corintianos na Bolívia
PRESSÃO POLÍTICA
Quando o primeiro grupo foi solto, o Itamaraty divulgou nota afirmando que a presidente Dilma Rousseff, desde o primeiro momento, manifestou ao presidente boliviano, Evo Morales, a preocupação com a situação dos brasileiros.
Houve participação efetiva de deputados, senadores e de diplomatas no sentido de pressionar o governo boliviano a acelerar a libertação.
O presidente corintiano, Mário Gobbi Filho, chegou a ir para Brasília, onde se encontrou com José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, e Antonio Patriota, ministro das Relações Exteriores, para tratar do tema.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress | ||
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade