Ex-goleiro do Palmeiras, Oberdan diz que sofreu com as jogadas de Leônidas
"Nem é bom lembrar dos chutes de Leônidas da Silva." Foi com essa brincadeira que Oberdan Cattani, goleiro do Palmeiras nas décadas de 40 e 50, começou a falar sobre o atacante, apelidado de Diamante Negro.
Leônidas, que morreu em 2004, completaria cem anos na próxima sexta-feira (dia 26).
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Editoria de arte/Folhapress | ||
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Oberdan, 94, contou que quando Leônidas chegou ao São Paulo, em 1942, o jogador já era badalado. Estava fora de forma, mas deslanchou no novo clube.
"Quantas vezes joguei contra ele? Nossa, foram muitas! Como jogador era extraordinário, fora de série. Era um perigo [para os goleiros rivais]", disse o ex-palmeirense.
Sobre os lances de bicicleta, ele contou que aquela jogada inusitada preocupava os adversários e que era duro para fazer a defesa.
Julia Chequer= 23.fev.2012/Folhapress |
Oberdan Cattani, em sua casa |
"Na área, o Leônidas saltava e virava o corpo [para dar a bicicleta]. Era fogo. A gente não sabia para onde a bola ia", afirmou Oberdan.
Segundo o ex-goleiro palmeirense, ele não tomou nenhum gol assim do ex-craque do São Paulo.
"É verdade, sim, que fazia muitos gols de bicicleta. A fama dele era essa. Mas, não fez nenhum assim em mim", declarou.
Oberdan disse também que chegou a jogar com Leônidas pelas seleções paulista e brasileira.
"Tem que tirar o chapéu para ele como jogador. Mas também era um grande companheiro. Brincava sempre, contava piada."
EU COLECIONAVA FIGURINHAS, DIZ MAZZOLA
O ex-atacante José Altafini, o Mazzola, que defendeu tanto a seleção brasileira como a italiana, nasceu no ano em que Leônidas foi artilheiro da Copa da França, 1938.
Ele afirmou que em sua infância o nome de Leônidas era muito exaltado por ele e pelos seus amigos em Piracicaba.
"Eu colecionava figurinhas. Ele era um dos nossos ídolos. A gente era muito novo naquela época, mas o seu nome era marcante", disse o ex-jogador.
Mazzola, que completou 75 anos em julho, hoje vive na Itália e trabalha como comentarista na emissora Rai. Segundo ele, a grande maioria dos torcedores italianos não sabe quem foi Leônidas.
"Só o pessoal mais velho ou mais ligado ao futebol se lembram dos seus feitos, como ser goleador da Copa de 38. Naquela época, não tinha tiha TV, né? A fama de Leônidas foi transmitida muito no boca a boca, nas conversas de pai para filho", afirmou.
MARCOU ÉPOCA NO FUTEBOL BRASILEIRO, AFIRMA ADEMIR DA GUIA
O ex-meia Ademir da Guia, 71, era criança quando Leônidas se aposentou do futebol. Mas seu pai, Domingos da Guia, jogou junto com o Diamante Negro.
"Ele atuou com meu pai no Flamengo e na seleção brasileira. Não tenho muita lembrança dele, mas ouviu falar coisas muito boas. Era um grande artilheiro e fazia muito gols de bicicletas", disse Ademir.
Domingos, que era zagueiro, e Leônidas estiveram juntos na Copa do Mundo da França, em 1938. O atacante foi principal goleador da competição, com sete tentos.
"Foi fantástico. Marcou época no futebol brasileiro."
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