Velejador brasileiro de só 21 anos se torna o mais jovem campeão mundial
O treinador Rafa Trujillo estava bastante otimista. Ao avalizar as condições do mar em Tallinn, na Estônia, acreditava que seu pupilo poderia ser top 10 no Mundial.
Mas o espanhol não contou sua previsão a Jorginho Zarif. Temia que, por ser novo, o velejador brasileiro pudesse se sentir pressionado.
Hoje, na regata final da Copa Ouro da classe finn, porém, era Trujillo quem não podia conter a ansiedade.
Com apenas 21 anos, Jorginho precisava apenas cruzar a linha de chegada, mesmo que na última colocação, para se sagrar o mais jovem atleta a ser campeão mundial da classe finn e unificar as conquistas júnior e adulto. Foi o nono e penúltimo colocado.
E, com o feito, colocou fim a um jejum nacional que durava desde 1972.
Em seu último Mundial adulto, em 2011, Jorginho havia sido o 32º. Em julho, conquistara o título na categoria júnior. Na Estônia, desbancou nomes como Bruno Prada, três vezes campeão mundial da star e dono de uma prata e um bronze olímpicos.
Para o jovem velejador, a presença de Prada como companheiro de treinos foi um dos diferenciais de sua preparação para a competição.
Ele costuma dizer que é o veterano atleta quem o ajuda a continuar mesmo com dificuldades para conseguir patrocínio para velejar.
TRADIÇÃO FAMILIAR
Jorginho começou a velejar aos sete anos, mas odiava participar de competições. A tradição familiar, no entanto, falou mais alto.
Seu avô, João Zarif, foi uma lenda da vela e morreu em 2005. O pai, Jorge, também era velejador e representou o Brasil em duas Olimpíadas, Los Angeles-1984 e Seul-1988.
Os dois competiram na seletiva para Pequim-2008.
Passaram, então, a mirar os Jogos de Londres-2012, mas, um mês depois da seletiva, o pai morreu, em decorrência de um infarto.
Jorginho continuou com a missão iniciada ao lado do pai e se classificou para a Olimpíada no ano passado. Terminou em 20º e arrancou elogios do veterano Ben Ainslie, tricampeão olímpico e rival de Robert Scheidt na classe laser. Para o britânico, Jorginho em breve se tornará um dos melhores do mundo. Começou a provar isso hoje.
International Finn Association/Divulgação | ||
O atleta brasileiro Jorge Zarif festeja vitória |
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