Rogério dá palestra a jogadores sobre calendário, e Muricy defende movimento
O goleiro e capitão do São Paulo, Rogério, concedeu nesta quarta-feira, antes do último treino para o confronto com a Universidad Católica, pela Sul-Americana, uma palestra a seus companheiros de time sobre o movimento "Bom Senso FC".
Durante uma hora, o camisa 1 explicou para outros jogadores as intenções do grupo que pretende reformular o calendário do futebol brasileiro e cobrar dos clubes garantias de capacidade de pagamento de salários.
"Até brinquei com o Rogério que se as preleções dele como técnico durarem tanto assim não vai dar certo", disse o técnico Muricy Ramalho, que alinhou seu discurso ao dos manifestantes e também cobrou mudanças.
"Acho um absurdo a preparação dos times brasileiros. Apoio [o movimento] e acho que vai melhorar o futebol, o espetáculo. Eles demoraram para fazer isso. Está uma loucura isso. Os jogadores não conseguem jogar bem [devido ao excesso de partidas", declarou.
Leonardo Soares - 10.set.13/Folhapress | ||
Muricy Ramalho e Rogério Ceni durante treino do São Paulo, na Barra Funda |
O grupo, que conta com 75 atletas das Séries A e B do Brasileiro, sendo quatro do São Paulo (Rogério, Fabrício, Jadson e Luis Fabiano), busca apoio agora de comissões técnicas.
Antes do time do Morumbi, os técnicos de Corinthians, Cruzeiro e Botafogo já haviam declarado adesão ao movimento.
PROGRAMAÇÃO
Na reunião que fará em São Paulo, o movimento definirá alguns líderes, que falarão pelo grupo e serão escolhidos para se encontrar com a CBF.
Os pedidos serão divididos em duas frentes. Na primeira, de olho no calendário de 2014, será a exigência dos 30 dias de férias ininterruptos e de pré-temporada maior entre dezembro e janeiro.
O calendário feito pela CBF prevê o início dos Estaduais para 12 de janeiro. Se os jogadores que disputam a Série A deste ano voltarem de férias em 8 de janeiro, como prevê a Lei Pelé, serão somente quatro dias até a estreia.
A Federação Nacional dos Atletas Profissionais do Futebol havia proposto aos capitães dos times da Série A dividir as férias entre o final do ano e o período da Copa, em junho. A ideia foi rejeitada.
Integrantes do movimento, em reservado, criticam o sindicato dos jogadores por não ter atuado para evitar o calendário apertado em 2014.
Mas mudança radical mesmo, o movimento admite que deve ocorrer só a partir da temporada 2015 --o Estatuto do Torcedor veta mudanças em regulamento de competições de um ano para o outro.
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