Com estádios da Copa, ingressos do Brasileiro de 2013 variam 19.900%
Os ingressos do Campeonato Brasileiro de 2013 custaram entre R$ 2 e R$ 400.
Apesar dessa variação de 19.900%, todos os jogos das 38 rodadas possuem o mesmo valor para a pontuação da competição.
Editoria de arte/Folhapress |
Os motivos para a disparidade de preços são partidas em estádios da Copa do Mundo de 2014, setores bem diferentes, o time adversário e fases ruins de clubes na competição.
A maior renda com bilheteria em toda a história do Campeonato Brasileiro foi obtida na primeira rodada desta edição, no reconstruído Mané Garrincha, em Brasília: R$ 6.948.710.
Lotado sobretudo por flamenguistas, o estádio era testado para a Copa das Confederações e sediava a despedida de Neymar, que trocava o Santos pelo Barcelona. Os ingressos iam de R$ 80 a R$ 400. Não sobrou nenhum dos 63.501 disponíveis.
Entre os ingressos mais baratos de cada partida deste Brasileiro, o recorde de mais caro atingiu R$ 100, mostram os borderôs publicados no site da CBF.
Foi quanto o Atlético Paranaense cobrou diante do Flamengo em Joinville, embora a meia-entrada para idosos e estudantes tenha custado R$ 50 e sócios-torcedores atleticanos tenham pago R$ 10.
Pedro Ladeira - 26.mai.13/Folhapress | ||
Torcedores na partida entre Flamengo e Santos, no Mané Garrincha, em Brasília |
O clássico entre vascaínos e flamenguistas teve o mesmo preço no Mané Garrincha. Aos associados do Vasco, porém, bastavam R$ 25.
No Maracanã, Flamengo e Botafogo também jogaram com bilhetes de, no mínimo, R$ 100, sem contar descontos para sócios. O Criciúma fez o mesmo em casa, com sócios beneficiados pelo valor de R$ 10.
Já os bilhetes mais baratos do Brasileiro, de R$ 2, foram oferecidos por Ponte Preta, que tentatava fugir do rebaixamento, e Santos, que então mantinha poucas chances de ir à Taça Libertadores. Meia-entrada custava R$ 1.
Participantes de programas de sócio-torcedor de outras equipes também tiveram ingressos com esses preços irrisórios em várias partidas.
Em geral, as promoções tinham por objetivo atrair o público quando os times iam mal.
Vitor Silva-1º.ago.2013/SSPress | ||
Jogadores do Botafogo comemoram vitória diante de arquibancadas vazias no setor de ingressos mais caros do Maracanã |
Conhecer uma das arenas da Copa de 2014 num jogo com arquibancadas cheias e pagar pouco foi questão de oportunidade para alguns espectadores.
Os preços oscilaram até num único estádio, em jogos do mesmo clube. Para ver o Vasco no Maracanã, nesta Série A, por exemplo, o ingresso mais barato custou entre R$ 80 (sócios pagavam a metade), contra o Fluminense, e R$ 10 (com meia-entrada a R$ 5), contra o Santos.
O tricolor carioca, aliás, estabeleceu esses mesmos preços díspares entre o Fla-Flu e os derradeiros compromissos.
A troca do velho estádio dos Aflitos, em Recife, pela nova Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, elevou o preço dos ingressos do Náutico, que ia se encaminhando à Série B.
Antes, eles custavam entre R$ 15 e R$ 40. Depois, entre R$ 25 --com o programa do governo estadual a partir da apresentação de notas fiscais-- e R$ 160, além de meia-entradas de R$ 20.
No estádio Alfredo Jaconi, do Juventude, em Caxias do Sul, o Grêmio estreou com ingresso mais barato a R$ 20 --sócios pagavam a metade. Na nova casa, a Arena, o inflacionou para R$ 40. O bilhete mais caro correspondia a R$ 160.
LUCRO COM TORCIDA ALHEIA
A Portuguesa vendeu dois mandos de campo para arrecadar mais dinheiro em confrontos contra Flamengo e Corinthians.
Se no Canindé cobrava de R$ 40 a R$ 60, com meia-entrada e bilhete de sócios a R$ 20, o duelo diante dos corintianos em Campo Grande teve ingressos de R$ 60 a R$ 120, com meia-entrada a R$ 30.
Contra os flamenguistas em Fortaleza, no Castelão reformado para a Copa das Confederações, o piso foi de R$ 50 e o teto, R$ 120. Estudantes desembolsaram R$ 25.
Rodrigo Coca-29.set.2013/Fotoarena/Folhapress | ||
Pato, do Corinthians, disputa a bola com Ferdinando, da Portuguesa, no Morenão, em Campo Grande |
Usando o estádio Durival Britto, do rival Paraná, o Atlético Paranaense cobrou R$ 120 das torcidas adversárias no Brasileiro. De corintianos e gremistas, R$ 150. Estudantes pagaram metade.
Aos atleticanos cabia uma cota de 358 ingressos a R$ 50. Aos sócios rubro-negros, R$ 10. Fora isso, as arquibancadas mais baratas não saíam por menos de R$ 120.
Seu arquirrival Coritiba também seguiu uma tabela de preços que privilegiava os sócios-torcedores.
Eles tinham ao seu dispor ingressos de R$ 10. O resto da torcida pagava, no mínimo, R$ 80. Contra o Náutico, o bilhete menos caro chegou a R$ 95, que foi o valor fixo para os visitantes. Em todos os casos, a meia-entrada mais barata era de R$ 47.
SOBE E DESCE NA BAHIA
O Vitória experimentou diferentes razões para variar seus preços. Na estreia diante do Inter, cobrou no mínimo R$ 70, com meia-entrada pela metade deste valor, na Fonte Nova que se preparava para a Copa das Confederações. Sócio-torcedor pagava R$ 7,50. O setor mais caro exigia R$ 165.
No Barradão, sem a exigência da carteirinha de estudante, a meia-entrada custava R$ 30. Quando o rubro-negro se aproximou da zona de descenso, no meio da competição, ela passou a valer R$ 20.
Seu arquirrival, o Bahia, também recorreu ao barateamento para encher a Fonte Nova. Após uma campanha de público-zero feita por torcedores contra a diretoria que mais tarde acabaria deposta pela Justiça, o bilhete mais acessível custava R$ 40, com meia-entrada a R$ 20.
Em seguida, no cumprimento de uma punição em Aracaju, pulou para R$ 50. Chegou a R$ 60 na Fonte Nova e despencou para R$ 20 no fim, quando os tricolores fugiam do descenso.
Sócios-torcedores sempre desembolsavam R$ 7,50 por jogo. O setor mais elitizado baixou seu preço de R$ 165 para R$ 120. A compra de meia-entrada exigia a apresentação da carteirinha de estudante, mas a passagem pela catraca, não.
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