Briga é 'herança do Eurico Miranda', diz presidente do Atlético-PR
A briga entre torcedores do Vasco e do Atlético-PR é uma "herança de Eurico Miranda", disse o presidente do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia.
Petraglia também acusou os vascaínos envolvidos na briga de serem "mercenários" e terem iniciado a confusão com o objetivo de suspender o jogo e levar a decisão para a Justiça, com o aval da diretoria do clube carioca.
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"Vieram, de forma premeditada, criar dificuldades para que o jogo não terminasse. [Queriam] que fôssemos para o tapetão, o que seria a última esperança de não voltar ao lugar deles, que é a segunda divisão", afirmou o cartola à Rádio CAP, veículo oficial do clube paranaense.
Ontem, durante a última rodada do Campeonato Brasileiro, o Atlético-PR derrotou o Vasco por 5 a 1, o que levou o time carioca a ser rebaixado para a segunda divisão. Ainda no primeiro tempo, torcedores se envolveram numa briga que deixou quatro pessoas feridas. O jogo ficou paralisado por mais de uma hora.
"Quem vem do Rio de Janeiro para Joinville para ver um jogo do seu time que está para cair? É para incentivar o time ou para fazer baderna, violência, quebra-quebra, agressões?"
Petraglia classificou a confusão de ontem como "herança do Eurico Miranda", ex-dirigente vascaíno, e responsabilizou o clube carioca.
"Toda essa coisa que nós vimos aqui, infelizmente, é herança desses dirigentes que investem, que prestigiam, que dão dinheiro e ingressos para essas torcidas organizadas", declarou. "Sobrou mais um para o caixão do seu Eurico Miranda."
Para o paranaense, o Vasco foi "aviltado" e "saqueado" pelos últimos diretores e não está estruturado para jogar na primeira divisão. "Está aí o resultado. Cinco anos, a segunda queda. E vai ficar nesse ioiô, nesse sobe desce. Porque não tem nenhuma estrutura, não se organizou, não se modernizou."
MEA CULPA
O dirigente também criticou os torcedores atleticanos que partiram para o confronto. O Atlético-PR já havia sido punido neste ano pela Justiça desportiva por brigas de sua torcida durante o Campeonato Brasileiro --justamente por isso, jogava ontem em Joinville (SC), a 110 km de Curitiba.
"Absurdamente, alguns vândalos que se infiltram [na torcida atleticana] vieram hoje aqui brigar novamente. O que tinham que ir atrás, correndo atrás desses mercenários que vieram aqui hoje tentar ajudar seu clube de uma forma desonesta?", afirmou.
Sobre a segurança no estádio, que era de responsabilidade do Atlético-PR, mandante da partida, Petraglia criticou o Ministério Público de Santa Catarina por ter determinado "absurdamente" que a PM atuasse apenas no entorno do estádio --segundo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, no entanto, a ação da Promotoria não havia sido julgada e, por isso, não tinha valor.
"Como é que a gente vai mandar aqui em Santa Catarina? A gente não tem o poder de polícia", afirmou Petraglia. "Como você vai fazer para [controlar] aquele grupo de marginais que nós vimos se atropelando... Quantos seguranças teríamos que ter? E quem paga isso, gente? O ingresso a 'cinquentão'? Se a gente aumenta o preço, dizem que a gente quer elitizar."
Havia cerca de 90 seguranças de empresas privadas no jogo, contratados pelo clube paranaense. Em nota, o Atlético-PR lamentou "os acontecimentos bárbaros" da partida e disse que irá punir os torcedores que sejam identificados como agressores, mas não se manifestou a respeito das críticas de falta de segurança.
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