Vice da Portuguesa diz que vai pedir a gravação do julgamento de Héverton
O vice-presidente de futebol da Portuguesa, Roberto dos Santos, disse que o clube irá à CBF nesta quarta-feira para pedir a gravação do julgamento do meia Héverton.
A escalação irregular do atleta será analisada pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) na quarta-feira da semana que vem, dia 18.
Rubens Cavallari/Folhapress |
Héverton, em treino da Portuguesa |
Héverton foi suspenso pelo STJD na sexta-feira, antes da última rodada, por dois jogos após ser expulso contra o Bahia ao término da partida. Ele já havia cumprido um jogo contra a Ponte Preta, mas entrou em campo no domingo contra o Grêmio, aos 32min do segundo tempo.
Caso a Portuguesa tenha escalado o jogador de maneira irregular, o time poderá ser punido com a perda de quatro pontos (um pelo empate com o Grêmio e mais três pelo erro), o que deixaria o clube paulista atrás do Fluminense e, consequentemente, rebaixado para a Série B.
A pontuação da Lusa cairia de 48 para 44 pontos, entrando na zona do rebaixamento. O Fluminense, com seus 46 pontos, é quem escaparia da queda, ao ganhar uma posição.
Segundo o dirigente da Lusa, o advogado Oswaldo Sestário Filho, representante do time paulista, entrou em contato com a diretoria e disse que o atleta teria sido suspenso apenas em um jogo.
GRAVAÇÃO
Segundo o vice-presidente, a Portuguesa pedirá a gravação do julgamento para descobrir de quem foi o erro, se o advogado do time se equivocou ao falar um jogo ou se de fato Héverton teria sido punido em apenas uma partida. Isso acontecerá na manhã desta quarta-feira.
Perguntado se o procedimento para os julgamentos dos atletas é sempre esse, Roberto dos Santos disse que o clube normalmente recebe o comunicado depois de alguns dias. "Normalmente é feito o julgamento, nosso advogado se comunica e depois vem o oficial da CBF", completou.
"Recebemos esse comunicado hoje da CBF às 18h30 dizendo que o Héverton havia pego duas partidas de suspensão, um havia cumprido contra a Ponte e automaticamente contra o Grêmio não poderia jogar. Só que a informação que nosso departamento jurídico nos passou, nós temos um advogado no Rio que é o senhor Sestário, ele participou do julgamento na sexta-feira, ele ligou para o doutor Valdir, nosso jurídico aqui em São Paulo, e disse para ele que Héverton havia pegado apenas um jogo, como ele cumpriu contra a Ponte, ele estava liberado no domingo. Para nossa surpresa, hoje chega este comunicado. Ou advogado passou errado, coisa que não aconteceu em oito anos, ou quem digitou, digitou errado dois jogos", disse o dirigente para a ESPN Brasil, que disse estar surpreso com a situação.
CUTUCADA
O presidente eleito da Portuguesa, Ilidio Lico, disse ainda estar tomando conhecimento da situação, afirmou que o clube não cometeria um erro desses e cutucou o Fluminense. O advogado Osvaldo Sestário, que representa o clube no STJD e atuou no caso, trabalha por indicação da CBF para clubes de menor expressão.
"A gente não precisava de nada no jogo, já estávamos salvos, e o Héverton não era um jogador tão importante para o time neste momento", disse.
"Ninguém faria uma besteira dessa. Tenho certeza que estávamos bem amparados. Isso é coisa do Fluminense, que é um time que saiu pela porta dos fundos e quer voltar no tapetão. Futebol não é assim, tem que ganhar em campo. Você acha que, se a gente tivesse sido notificado, escalaria um jogador reserva em um jogo que não vale nada?", disse Ilidio Lico.
Principal interessado no caso, o Fluminense, que pode ser beneficiado e evitar o rebaixamento, disse que não iria falar sobre o assunto por enquanto.
TÉCNICO DA LUSA
Responsável por escalar na partida de domingo contra o Grêmio o meio-campista Héverton de forma irregular, que pode resultar no rebaixamento da Portuguesa, o técnico Guto Ferreira disse que em momento algum foi informado sobre qualquer problema para usar o jogador.
"No momento só sei por informações de amigos, mas ele foi escalado porque não veio nenhuma comunicação do jurídico. Nós [da comissão técnica] não sabíamos de nada. Sei que agora existem esses problemas jurídicos, mas não sei que pé que está a situação", afirmou Guto Ferreira.
"Não tem como eu ficar apimentando isso. Qualquer tipo de colocação que eu fizer aqui vai ser sem razão, porque não tenho conteúdo de informações para falar alguma coisa produtiva", continuou o técnico, que está de férias em Miami.
Guto apenas lamentou que no Brasil seja comum buscar os tribunais com muita frequência para obter vantagem após o que ocorre em campo. "Desanimar, não. Eu não desanimo. Mas sabemos como é o Brasil, onde o esporte fica em segundo plano, com certeza", finalizou.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade