Quênia mantém favoritismo na São Silvestre mesmo sem astros
A largada hoje das elites feminina, às 8h40, e masculina, às 9h, da São Silvestre não significa que os melhores do mundo em corridas de rua estão na avenida Paulista.
A elite, no caso, é a da mais tradicional prova do Brasil, que nesta 89ª edição tem recorde de inscritos: 27.500. A corrida, porém, já não conta com atletas consagrados em olimpíadas ou mundiais, como há poucos anos.
Desde que o percurso passou a ser de 15 km, em 1991, a São Silvestre já teve medalhistas olímpicos e do mundo como o queniano Paul Tergat (pentacampeão da prova paulistana entre 1995 e 2000 e ainda recordista do percurso, com o tempo de 43min12s) e o etíope Tariku Bekele (campeão em São Paulo em 2011).
A São Silvestre também não apresenta na elite maratonistas consagrados como o tricampeão (2002, 2004 e 2007) Robert Cheruiyot, do Quênia, tetracampeão da Maratona de Boston, ou seu compatriota James Kipsang, bi da corrida paulistana (2008 e 2009) e um dos atletas mais rápidos do mundo nos 42 km.
Hoje, o favoritismo queniano está com Edwin Kipsang, vencedor da São Silvestre no ano passado. Mas nem mesmo o principal atleta deste ano brilha internacionalmente como seus antecessores.
Kipsang, 25, se destacou na temporada brasileira e sul-americana. Mundialmente, não está entre os 50 melhores quenianos em provas de 15 km, distância da São Silvestre. Segundo a IAAF (entidade que rege atletismo mundial), o favorito ao bi é o 12º melhor atleta do ano em provas de 10 km, atrás de outros sete quenianos na lista.
"Nome não ganha prova. A São Silvestre fazia muito investimento em atletas só pelo marketing e eles traziam pouco resultado", defende-se o agente brasileiro de Kipsang, Moacir Marconi.
SEM CACHÊ
Segundo o treinador que é responsável por trazer alguns dos 19 estrangeiros do pelotão de elite, o fato de não pagar cachê faz com que a prova tenha atletas mais jovens e menos famosos. O prêmio para o vencedor tanto entre os homens como entre as mulheres é de R$ 60 mil.
Entre os brasileiros, o nome apontado como principal rival do queniano é o de Giovani dos Santos. Aos 32 anos, o mineiro foi quarto colocado na São Silvestre do ano passado e tenta a 12ª vitória para o Brasil entre os homens desde que a prova se tornou internacional, em 1945.
O Quênia é o país com mais vitórias, 13, todas nas últimas 22 corridas, quando o percurso masculino passou a ser de 15 km. O país africano ganhou dez vezes com as mulheres, a última em 2012 com a queniana Maurine Kipchumba, 25, favorita ao bi. No feminino, o Brasil tem cinco títulos.
"Tinha atleta de nome antes? Sim. Mas agora tem uns novos. Quem sabe o que eles serão [na Olimpíada do Rio] em 2016?", diz o brasileiro Luiz Antonio dos Santos, ex-maratonista e técnico de Maurine e mais seis estrangeiros.
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