Jogadores do Corinthians negam agressão, confirmada por testemunhas
Ao contrário do que a própria direção do Corinthians havia dito, os atacantes Guerrero e Romarinho declararam que não houve agressão de torcedores na invasão ao centro de treinamento do Corinthians, no início deste mês.
No sábado, Guerrero afirmou à rádio Globo que não havia acontecido nada com ele durante a invasão. O relato foi ratificado ontem por Romarinho. "Os caras foram para cima dele [Guerrero], mas ele não foi agredido", disse.
A Folha apurou, no entanto, que essa nova versão dos jogadores não é a verdadeira.
O relato inicial, feito pelo próprio presidente corintiano Mário Gobbi, segundo o qual Guerrero foi "esganado" por torcedores, é o que procede, de acordo com pessoas que presenciaram o fato no dia 1º de fevereiro.
A mudança de discurso tem ligada a dois fatores: uma orientação passada pelo Corinthians aos jogadores e o receio dos atletas de serem novamente alvos de torcedores violentos.
Após a invasão, a diretoria do clube orientou seus atletas a não entrar em polêmicas públicas sobre o ato. Pediu para que não levassem o tema a debate na imprensa.
No entanto, ao serem indagados sobre o tema, os jogadores optaram por negar que a agressão tenha ocorrido.
Além disso, temem que, ao acusarem torcedores de agressão, possam ser vítimas de novos atos de violência.
Ou seja, uma orientação mal interpretada e o medo, segundo cartolas e funcionários do Corinthians, fizeram com que Guerrero e Romarinho negassem a agressão sofrida durante a invasão.
A orientação do Corinthians aos jogadores é que, caso sejam convocados pela polícia, digam a verdade: Guerrero foi, sim, agredido, e Romarinho era um dos principais alvos dos torcedores, mas não sofreu nenhum dano porque ficou escondido.
Guerrero deve ser ouvido pela polícia, mas ainda não foi intimado.
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