Novo cartola do São Paulo quer formar craques, mas não descarta novo Rei de Roma
Após 26 anos da primeira passagem como presidente do São Paulo, o advogado Carlos Miguel Aidar deseja utilizar algumas ideias da gestão anterior no novo mandato, que iniciou oficialmente nesta quinta-feira.
Ao ser eleito o mandatário até abril de 2017, na noite da última quarta-feira, Aidar disse que pretende priorizar a formação de atletas no centro de treinamento de Cotia.
Primeiro para aproveitar a estrutura do local, que abriga em uma área de 220 mil metros quadrados um estádio de 1.500 lugares, sete campos oficiais e um hotel para 148 hóspedes, mas cujo aproveitamento é criticado.
O meia Paulo Henrique Ganso, por exemplo, custou ao clube cerca de R$ 24 milhões. Já com atacante Alexandre Pato, emprestado pelo Corinthians, são investidos R$ 400 mil mensais em salários –o time alvinegro paga a mesma quantia.
"Temos 280 jogadores em Cotia. Tem de sair um craque de lá dentro. Comprar um jogador hoje é complicado. Veja o Santos que gastou R$ 42 milhões no Damião e li outro dia que cada gol dele custou R$ 800. Isso é uma irrealidade", disse Aidar.
Reprodução/Rubens Chiri/saopaulofc.net | ||
Carlos Miguel Aidar discursa após ser eleito presidente do São Paulo |
"Um jogador que está dando alegria para nós [o Pato] tem valor bastante elevado. E o Corinthians paga metade do salário para ficar sem ele. Isso é incoerente no mundo do futebol", acrescentou o cartola.
Para melhorar o aproveitamento das categorias de base, Aidar disse que irá nomear um diretor de futebol no local e espera que implementar um sistema integrado com a diretoria do futebol profissional e o técnico Muricy Ramalho.
"Quero um entrosamento da base com o profissional. Na minha época, as categorias de baixo treinavam o mesmo modelo do time profissional. Tinham o mesmo padrão", disse o cartola, que declarou ser favorável a criação de um time de aspirantes.
Mas toda essa preocupação e foco na formação de atletas não significa que Aidar deixará de contratar jogadores experientes. Um caso conhecido na primeira passagem do cartola foi a contratação do volante Falcão, então apelidado de Rei de Roma pela passagem vitoriosa na Itália.
"Se houver oportunidade de repatriar um novo Falcão, vamos fazer. É importante mesclar, mas é importante entender que nem sempre o jogador sozinho resolve. Depende do jogador, do momento da equipe. Quando eu era o presidente [de 1984 a 1988] e trouxe o rei de Roma demorou para ele entrar no time. Às vezes não funciona", completou.
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