Sem energia, IML não tem previsão para liberar corpo de torcedor
A família do torcedor Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26, morto na noite de sexta-feira (2) ao ser atingido por uma privada lançada da arquibancada do estádio do Arruda, no Recife, ainda não sabe quando o corpo do jovem será liberado.
Funcionários do IML (Instituto Médico Legal), no Recife, informaram neste sábado (3) que, até o início desta tarde, havia 21 corpos acumulados a espera da necropsia.
Segundo os servidores, faltou luz no instituto desde sexta-feira até o final da manhã de hoje. Dessa maneira, os corpos não puderam passar por perícia.
Restabelecida a energia, é preciso esperar as geladeiras com os corpos ficarem novamente resfriadas para que sejam abertas.
O IML não tem gerador de energia. De acordo com a Celpe (Companhia Energética de Pernambuco), houve problemas na recepção de energia pelo instituto tanto na manhã de sexta-feira, quanto na de sábado.
Carlos Ezequiel Vannoni/Agencia JCM/Fotoarena | ||
Perícia do departamento da Polícia Civil no local onde um torcedor foi atingido por um vaso sanitário |
O CASO
Paulo Ricardo Gomes da Silva era torcedor do Sport, mas acompanhava a torcida do Paraná, que enfrentou o Santa Cruz num jogo pela Série B do Campeonato Brasileiro que acabou em 1 a 1.
O jovem foi atingido por uma das duas privadas arrancadas dos banheiros e arremessadas do alto do estádio do Arruda por torcedores.
Outras três pessoas foram atingidas por estilhaços, mas, de acordo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco, não correm risco de morrer.
Duas câmeras da Secretaria de Defesa Social registraram o momento em que a privada atinge o torcedor. Pelas imagens, não é possível identificar quem lançou o vaso sanitário.
O secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, eximiu o Estado de culpa e responsabilizou o Santa Cruz por não ter câmeras de segurança interna e por não garantir segurança privada no interior do estádio.
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) interditou o estádio do Santa Cruz até que o caso seja apreciado pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
A Folha tenta desde o final da manhã contato com o presidente do clube, Antônio Luiz Neto, mas ele não atendeu nem retornou as ligações até a publicação desta reportagem.
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