Em reunião, Bom Senso pede a Dilma punições a clubes endividados
Para discutir nova lei que propõe o refinanciamento das dívidas dos clubes, a presidente Dilma Rousseff chamou nesta segunda-feira (21) para mais uma rodada de conversas jogadores e executivos ligados ao Bom Senso Futebol Clube. O grupo, que pressiona para mudanças no futebol brasileiro, pediu normas mais claras e rígidas para fiscalização e punição de clubes devedores.
A ideia é que as federações esportivas, que hoje exigem anualmente a apresentação de certidões negativas sob pena de rebaixamento, cobrem comprovante de pagamento de funcionários e escalonem punições para clubes que não tiverem em dia com suas contas. O Bom Senso F.C. defende que o rebaixamento seja a última das punições possíveis, aos moldes de regras do futebol europeu.
Segundo o diretor-executivo do Bom Senso F.C., Ricardo Borges Martins, os jogadores também sugeriram que fosse incorporado ao texto da nova lei o estabelecimento de uma ordem prioritária para o pagamento das dívidas, priorizando contratos de trabalho.
Os jogadores, entretanto, não tiveram resposta imediata sobre seus pleitos. Ao lado dos ministros Aldo Rebelo (Esporte) e Luís Inácio Adams (Advocacia Geral da União), além de integrantes do Ministério da Fazenda, Dilma avisou que ainda deverá receber na próxima semana representantes dos clubes também para o mesmo fim: discutir novas regras para o refinanciamento das dívidas.
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
Acompanhada do ministro Aldo Rebelo, presidente Dilma Rousseff recebe os atletas do Bom Senso F.C. |
É a segunda vez que Dilma se encontra com atletas do movimento no Palácio do Planalto. Em maio, quando esteve com eles da primeira vez, afirmou estar "estarrecida com a falta de compromisso" dos clubes brasileiros com o pagamento de salários.
Na ocasião, o grupo de jogadores levou à presidente suas principais reivindicações, sobretudo relativas ao atraso de salários e ao calendário do futebol brasileiro.
Desde então, sobretudo após o fracasso da seleção brasileira na Copa do Mundo, Dilma encampou defesa da renovação do futebol. Sem entrar em detalhes, reivindicou mudanças para evitar a migração precoce de jogadores para equipes estrangeiras.
"Exportar jogadores significa que estamos abrindo mão de nossa principal atração, que pode ajudar a lotar os estádios", disse Dilma há pouco mais de uma semana.
EMPRESÁRIOS
O secretário nacional de futebol do Ministério do Esporte, Antonio Nascimento, confirmou informação antecipada pela Folha de que o governo estuda limitar a influência de empresários que investem na compra e venda de atletas. "É hora de não fortalecer os empresários", disse, ao defender "redução drástica do direito econômico".
Segundo ele, o governo encomendou pesquisa para sustentar a aplicação da medida. O estudo, a ser produzido pela FGV, analisará os mercados da França, da Inglaterra e da Polônia, onde os direitos econômicos prevalecem nas mãos dos clubes –e não nas de empresários.
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