Protesto de torcida organizada do Corinthians leva pouca gente ao CT
Dois ônibus estavam estacionados na rua Cristina Tomaz, no Bom Retiro. Um deles, com o motor aberto, necessitava de reparos. Eram 15 torcedores dentro da quadra da Gaviões da Fiel, a principal torcida organizada do Corinthians.
"E esse protesto aí, mano?", um deles perguntou.
O outro apontou o polegar para baixo, deixando claro que o quórum era baixo.
A organizada convocou protesto para a manhã desta sexta-feira (17), no Centro de Treinamento do Parque Ecológico, onde os jogadores treinavam. Seria uma reclamação contra a equipe corintiana, eliminada da Copa do Brasil na última quarta (15), no Mineirão, contra o Atlético-MG.
O relógio marcava 10h05 e no site da Gaviões foi divulgado que a "caravana" partiria para o CT às 10h. Na porta do local onde os jogadores já estavam em campo, dez torcedores esperavam. O Corinthians se preparou, reforçou a segurança e chamou quatro viaturas da Polícia Militar.
A pressão de um protesto poderia ser gigantesco sobre o técnico Mano Menezes. Não foi. Apenas 30 pessoas se aproximaram da grade e começaram a gritar contra o treinador e o presidente Mário Gobbi. Era pouca gente e o evento era tão pouco coordenado que os atletas mal conseguiam ouvir o que eles reclamavam.
"Não estamos aqui para falar com a imprensa! Não temos nada para dizer", disse um deles, ao ser questionado por jornalistas.
Uma das constatações dos organizadores é que a mudança de horário atrapalhou. Inicialmente, o protesto estava marcado para as 15h porque o Corinthians treinaria a partir das 15h30. No final da tarde, a diretoria mudou a atividade para as 9h30. A Gaviões teve de alterar a saída dos ônibus às pressas.
Foi um alívio para os funcionários do clube, comissão técnica, jogadores e diretoria porque a crise poderia ficar pior se as cenas de fevereiro, quando as organizadas invadiram o CT e aterrorizaram o elenco, se repetissem.
Após saída dos jogadores, outro grupo de torcedores chegou ao CT. Cerca de 50 pessoas protestaram e fizeram críticas aos atletas e ao técnico do time.
"Acho que a cobrança é proporcional ao que aconteceu na quarta-feira. Não se pode achar que vai perder por 4 a 1 na situação que perdeu e achar que a torcida não vai protestar. E ela cobra quem ela acha que tem mais responsabilidade. E eu tenho mesmo e a assumo", admitiu Mano, alvo do pequeno protesto.
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