Nuzman se diz 'surpreso' com punição a jogadores de vôlei
Presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 e do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman afirmou nesta terça-feira (16) que espera que a suspensão do patrocínio do Banco do Brasil à CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) seja temporária.
Nuzman dirigiu a CBV entre os anos 1980 e 1990 e firmou o contrato com o Banco do Brasil, que repassava atualmente R$ 70 milhões por ano à entidade.
"Espero que a suspensão seja temporária. O que nos preocupa é o trabalho das seleções", afirmou Nuzman durante o Prêmio Brasil Olímpico, no Theatro Municipal do Rio.
Como o COB estabeleceu como meta ficar entre os dez primeiros colocados nos Jogos de 2016, o vôlei e o vôlei de praia terão peso significativo para as ambições.
Fabrice Coffrini/AFP | ||
Nuzman durante a apresentação sobre a Olimpíada do Rio-16 em Buenos Aires |
Neste ano, além dos escândalos envolvendo o ex-presidente da CBV Ary Graça e ex-funcionários, o vôlei nacional não obteve ouros nos Mundiais masculino e feminino. Os homens foram prata na Polônia e as mulheres, bronze.
A ESPN Brasil revelou, desde o início do ano, pagamentos feitos pela CBV a empresas de ex-diretores seus a título de intermediação de contratos de patrocínio com o banco estatal (que negou saber da intermediação).
Na última quinta-feira, a CGU (Controladoria-Geral da União) publicou relatório no qual comprovou as irregularidades e exigiu adaptações da CBV, com urgência.
"O Vôlei é extremamente popular, um exemplo para o país. Espero que isso se resolva", complementou Nuzman.
"É óbvio que isso [escândalo no vôlei] nos deixa preocupados."
O cartola preferiu não comentar sua relação pessoal com Graça, de quem foi aliado no passado. "Em questões pessoais, eu não entro. Falo em termos institucionais", disse.
A FIVB (Federação Internacional de Vôlei), atualmente presidida por Graça, comunicou na sexta-feira passada punição ao técnico Bernardinho e aos jogadores Mário Junior, Murilo e Bruninho devido a confusão em jogo contra os anfitriões no Mundial da Polônia, em setembro.
Para Nuzman, a divulgação das sanções três meses após o torneio foi "uma surpresa muito grande". "Não conheço o processo, mas fiquei surpreso por ter sido imediatamente após o relatório."
Ele descartou que o COB possa punir ou intervir na CBV, o que seria prerrogativa da entidade que regula o esporte olímpico nacional.
"O COB não tem por hábito intervir em suas associadas", contou.
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