Para Gabriel Medina, imagem do surfista não é mais de maloqueiro
Miguel Schincariol/AFP | ||
O surfista Gabriel Medina durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (23) |
De volta ao Brasil nesta terça (23), o paulista Gabriel Medina, 21, afirmou acreditar que a imagem do surfista no Brasil mudou.
Na última sexta (19), ele foi o primeiro brasileiro a conquistar o título mundial de surfe profissional. A vitória foi obtida no Havaí, nos EUA.
"A imagem [do surfista] era de maloqueiro que fuma maconha... Isso mudou. É uma profissão decente e de atletas sérios. Talento a gente tem. Eu vou para Estados Unidos, Austrália e vejo moleques de nove anos com a prancha lotada de patrocinadores. Aqui eu vejo moleques com o mesmo talento e sem nenhum patrocínio", disse.
Medina vestiu o uniforme de ídolo. Aceitou comparações com o piloto Ayrton Senna, o tenista Gustavo Kuerten e o atacante Neymar, da seleção brasileira. Sorriu quando lembrado que Kelly Slater, norte-americano 11 vezes campeão mundial, conquistou o primeiro título aos 20 anos, mesma idade do brasileiro, que completou 21 apenas na última segunda-feira.
A imprensa também o colocou na posição de ídolo. Em entrevista em um hotel sofisticado próximo ao Aeroporto de Guarulhos, Medina foi questionado sobre o assédio feminino, como pode influenciar no futuro da modalidade e que conselhos poderia dar para a juventude.
"Sem cobrança, foi mais fácil competir. Continuar [no topo do surfe] será muito difícil. Mas não é impossível".
Ao desembarcar em Guarulhos, às 14h40 desta terça, Medina teve recepção de pop star. Chegou ao saguão aos gritos de "é campeão!" de cerca de 200 fãs. O espocar de flashes de fotógrafos e as câmeras de TV ligadas assustaram Medina. Ele apenas chegou ao carro que o levou para o hotel graças à escolta de policiais militares.
"Eu fiquei assustado. Não esperava isso tudo. Isso mostra a minha responsabilidade [a partir de agora]", concluiu o brasileiro.
A cereja do bolo na festa do surfistas seria a carreata nesta quarta (24), em Maresias, que fica em São Sebastião (litoral norte de São Paulo), onde mora e surfa desde criança. Mas por causa das fortes chuvas na região, que provocaram alagamentos, o evento foi cancelado pela família do atleta.
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