Na crise hídrica, canoagem terá água equivalente à de 7 piscinas olímpicas
Divulgação |
A canoísta Ana Sátila Vargas compete no Canal de Itaipu, em Foz do Iguaçu |
Considerada uma arena problemática desde o início do planejamento da Rio-2016, o circuito de canoagem slalom enfrenta novo desafio: em plena crise hídrica, consumirá 26 milhões de litros de água, que poderiam encher sete piscinas olímpicas.
Organizadores minimizam o impacto do volume usado, capaz de suprir as necessidades de 263 mil pessoas em um dia, de acordo com a ONU. A Empresa Olímpica Municipal (EOM) diz que a instalação não causará problemas.
"Não é nada absurdo. Enche só uma vez, porque a água é reutilizada. Para encher o lago, não precisa ser durante o dia, nem de uma vez só, pode programar para encher de madrugada", afirmou o diretor de projetos da EOM, Roberto Aibinder.
Embora escassa, a água é o item mais simples da instalação, que exigiu a compra de sete bombas, duas esteiras e a construção de barreiras no leito do rio artificial.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
A lista de materiais especiais para a obra consumirá cerca de R$ 20 milhões. A Prefeitura do Rio não divulga o preço total do equipamento.
O circuito de canoagem slalom tem 280 m nos quais são instaladas 75 barreiras em diferentes posições para simular pedras das corredeiras naturais. O atleta tem que descer o trajeto respeitando um trajeto demarcado por traves.
ARTIFICIAL
Esporte olímpico desde Munique-76, a modalidade é disputada em corredeiras artificiais desde Barcelona-92. A mudança teve como objetivo facilitar o controle da vazão no canal de competição.
"Numa corredeira natural, é difícil controlar a vazão da água, o que pode impactar na diferença de centésimos de segundo que podem definir um pódio", disse Sebastian Cuattrin, medalhista pan-americano e líder de competição da canoagem do comitê organizador dos Jogos.
Para planejar a construção de todo o equipamento, foi necessário montar uma maquete de 700 metros quadrados na Universidade de Praga. O objetivo foi simular o circuito a ser adotado.
A instalação faz parte do Complexo Esportivo de Deodoro. Inicialmente era responsabilidade do governo federal, mas passou para o Estado e, depois, para a prefeitura. Organizadores afirmam que o tamanho do canal foi reduzido para economizar.
A estrutura ainda não atraiu o público. O esporte é um dos três menos procurados pelos que se cadastraram para comprar ingressos.
A prefeitura quer tornar o lugar mais atrativo após a Olimpíada. O local se tornará uma piscina pública, parte do Parque Radical –como será denominada a área de Deodoro após os Jogos.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade