Centro de R$ 8 milhões em Barretos não será usado para a Rio-2016
Criado com o objetivo de preparar a delegação brasileira para os Jogos Olímpicos do Rio, o Centro de Excelência em Hipismo de Barretos já consumiu R$ 1,7 milhão dos cofres públicos, mas foi descartado como local de treino pela confederação brasileira da modalidade (a CBH).
Anunciado em 2012 pelo ex-ministro do Esporte Aldo Rebelo, o espaço de R$ 8,5 milhões –R$ 7,5 milhões da União e R$ 1 milhão da prefeitura– deveria ter ficado pronto em julho de 2014. Porém, alterações no projeto atrasaram o cronograma.
"O investimento faz parte do plano de medalhas do Brasil para as Olimpíadas de 2016", disse Rebelo à época.
Se o novo cronograma for cumprido, a obra acabará em novembro, o que inviabiliza preparação olímpica no local, segundo o diretor-técnico da CBH, Pedro Cordeiro.
O atraso, de acordo com o secretário do Planejamento Urbano de Barretos, Ronaldo Luiz Câmara, ocorreu porque a CBH não foi consultada sobre o projeto inicial e, após adequações, foi preciso aprová-lo de novo junto à Caixa Econômica Federal. "Perdemos oito meses só com isso".
O local tem um pavilhão coberto, cerca de 50 baias para cavalos, uma pista principal, administração, restaurante, alojamento e depósito.
Barretos foi escolhida porque está em uma região com tradição no hipismo, inclusive com atletas da equipe brasileira, como Márcio Jorge.
Cordeiro disse que a intenção de treinar para o Pan de Toronto, que ocorre em julho, foi descartada já no ano passado, quando as obras davam sinais evidentes de atraso.
"Houve erros. Deveriam ter detectado que o local, tombado [pelo patrimônio], poderia ter problemas na estrutura dos prédios antigos. Foi preciso reestruturá-lo".
Com isso, a equipe de CCE (Concurso Completo de Equitação) precisou alterar o cronograma de treinos. Márcio Jorge, por exemplo, está se preparando em seu haras, também em Barretos. "Para o Pan [de Toronto], treinamos em Ribeirão, Jaboticabal e aqui em casa", disse.
A equipe se reuniu por uma semana em cada uma das cidades, para afunilar o cronograma de treinamentos.
O Ministério do Esporte informou que a preparação começou em 2013, quando foram assinados três convênios com a CBH, de mais de R$ 6 milhões, e que a implantação do centro de hipismo promoverá também o tratamento de portadores de deficiências.
JUSTIÇA
Além do atraso, a Justiça do Trabalho proibiu, neste mês, a construtora CBN, responsável pela obra, de terceirizar as atividades no centro.
Ação do Ministério Público apontou que a empresa "terceiriza de forma indiscriminada todas as etapas de obra", gerando "precarização das relações de trabalho". A CBN recorreu e hoje tem seu próprio pessoal no projeto.
Segundo o ministério, a obra deve ser entregue em novembro. Vanderlei Carvalho, diretor comercial da CBN, disse que não é possível definir a data, mas "será neste ano".
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