Por resultado imediato, Petrobras prioriza patrocínio de atletas
Visando a projeção da marca nos Jogos Pan-Americanos deste ano e na Olimpíada de 2016, a Petrobras reviu sua política de patrocínio esportivo e vai passar a dar foco em atletas de alta performance.
Pouco mais de 20 esportistas vão receber apoio financeiro individual da estatal.
Conforme a Folha apurou, o apoio a seis confederações será mantido, mas o alvo maior serão os atletas. Entre os nomes definidos pela estatal estão o jogador de vôlei Sérgio Escadinha, a judoca Mayra Aguiar e o ginasta Ângelo Assumpção.
A reestruturação do programa foi um pedido da diretoria que assumiu em fevereiro, com a substituição da então presidente Graça Foster pelo atual, Aldemir Bendine.
O foco em atletas de ponta considera o mote de "busca de resultados", no momento em que a empresa tenta deixar para trás o prejuízo de R$ 21,6 bilhões que foi obrigada a contabilizar, como efeito do esquema de corrupção detalhado pela Operação Lava Jato, e procura acelerar a produção para fazer caixa.
A nova política está em fase final de ajustes e será apresentada oficialmente até o início do próximo mês.
Desde 2011, a Petrobras patrocina as confederações de esgrima, taekwondo, boxe, remo, levantamento de peso e judô. Os recursos eram destinados às instituições, que os aplicavam no pagamento de bolsas a atletas, na compra de equipamentos, na manutenção da infraestrutura e do acompanhamento profissional para treinamento dos atletas. O repasse ajudava ainda no financiamento da participação em competições no Brasil e no exterior.
Agora, cada confederação indicará dois atletas seus com maior chance de conquistar medalhas no Pan de Toronto e na Olimpíada do Rio.
Os demais nomes estão sendo definidos pela estatal em conjunto com a Secretaria de Esporte de Alto Rendimento, do Ministério do Esporte. Eles receberão dinheiro diretamente da Petrobras.
INVESTIMENTO
Os valores investidos por ano estão sendo fechados, mas a expectativa é que não haja diferença em relação ao que é desembolsado. Calcula-se que, em 2014, a Petrobras tenha investido R$ 18 milhões no patrocínio esportivo.
Isso vai ser possível porque não será mais necessário gastar com aquisição de equipamentos, por exemplo.
Os atletas patrocinados serão acompanhados em seus treinamentos e competições, para avaliação de desempenho. O comportamento deles também será alvo de monitoramento, quando exposto na mídia ou em redes sociais.
Pela nova política da estatal, excessos não compatíveis com a vida de atleta poderão ser alvo de multa prevista em contrato. Uma empresa vai ser contratada para fazer a avaliação periódica de desempenho e de atuação fora da competição esportista.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade