Diferente de Felipão na Copa, Dunga fecha treinos para ensaiar jogadas
Dunga tem na ponta da língua a resposta ao ser perguntado sobre a escalação da seleção para o jogo seguinte.
"Vamos definir no treino e anunciar no dia da partida", afirma o treinador.
Se na Copa de 2014 Luiz Felipe Scolari não conseguiu fazer treinos secretos porque o centro de treinamento da CBF em Teresópolis (RJ), base da seleção, não permitia privacidade, nesta Copa América Dunga aproveita a oportunidade de trabalhar em CTs e estádios livres de curiosos para não revelar a equipe.
Para enfrentar a Colômbia, nesta quarta (17) no estádio Monumental, em Santiago, a dúvida é se Philippe Coutinho, que ficou fora da estreia contra o Peru com dores na coxa, vai a jogo. Ele pode entre na vaga do meia Fred.
O jogo pode valer a classificação antecipada da seleção para a próxima fase. E não só: também pode levar Dunga a igualar um recorde, caso o Brasil ganhe. Ele chegará a 12 vitórias consecutivas contra seleções nacionais, algo que só Aymoré Moreyra conseguiu, em 1961.
O treinamento desta terça (16), que durou 90 minutos, só foi aberto aos jornalistas em seus 15 minutos finais, por exigência da competição.
O regulamento também determina que os técnicos divulguem os times com antecedência, mas só 70 minutos antes de a bola rolar. No domingo (14), apenas às 17h20 soube-se que Daniel Alves seria titular. A partida contra o Peru começou às 18h30.
"O princípio não é esconder, é ter tranquilidade. Imagina você escrevendo a matéria para o teu jornal e 30, 40 pessoas falando à tua volta. Você perde a concentração", disse Dunga.
A razão principal para o treino fechado, porém, é evitar que o rival conheça as jogadas ensaiadas, em cobranças de faltas e escanteios.
Nessa era Dunga, o sigilo nos treinos tornou-se palavra de ordem a partir do amistoso contra a Argentina, em outubro passado, na China.
Nessa ocasião, ele pediu que as câmeras fossem desligadas para esse tipo de trabalho, mas algumas TVs chinesas não seguiram a ordem.
Se Fred jogar, Dunga vai repetir o time da estreia. Nas 11 partidas que fez até o momento após retornar, somente uma vez Dunga manteve a escalação em partidas consecutivas: contra Turquia e Áustria, em novembro.
NEYMAR E ZUÑIGA
O jogo marca mais um reencontro de Neymar e Zuñiga, lateral direito colombiano que machucou o atacante na Copa de 2014 e o tirou da reta final da competição.
Em setembro passado, no primeiro amistoso da seleção após o Mundial, o Brasil venceu a Colômbia por 1 a 0, nos EUA. Nessa partida, os dois jogadores foram os capitães de suas equipes para selarem a paz na troca de flâmulas.
"Não acho que um jogador [Zuñiga] queira machucar outro de propósito. Acho que ele perdeu a coordenação e acertou o Neymar", disse Dunga nesta terça (16) sobre o lance que fraturou uma vértebra do atacante brasileiro.
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