Dependência de Neymar na seleção é maior do que era com Pelé
Os números explicam a tão comentada 'Neymardependência'.
E a seleção não poderá contar com o jogador no próximo jogo, contra a Venezuela, no domingo (21), pela última rodada do Grupo C da Copa América, por causa da expulsão sofrida contra a Colômbia. E poderá perder outros jogos, pois ainda será julgado pela Conmebol.
Desde que estreou pela equipe, Neymar é responsável por 27,8% de todos os gols feitos pelo Brasil, número maior do que o de outros grandes goleadores da seleção em suas épocas (considere-se que o levantamento compara um jogador em atividade com atletas da seleção que já se despediram dos campos).
Pelé, por exemplo, dividia mais a responsabilidade de fazer gols com seus companheiros, como Jairzinho, Tostão e Didi.
O maior artilheiro da história da seleção foi autor de 20,1% dos gols da equipe no período em que jogou.
"Na minha época, nós tínhamos o Pelé, mas havia outros tantos bons jogadores", afirma Pepe, que foi companheiro de Pelé no Santos e na seleção.
"Neymar é o maior jogador do Brasil e um dos melhores do mundo. A seleção depende dele, mas não deve esperar só ele resolver", comenta Pepe.
Desde que Dunga assumiu o comando da seleção, em julho de 2014, foram 12 jogos, e só em um (amistoso contra o México, em 7 de junho ), o Brasil jogou sem Neymar. Venceu por 2 a 0.
"Fizemos uma boa partida porque temos bons jogadores para substituí-lo", disse o técnico àquela altura, tentando reduzir o peso da ausência de Neymar.
Naquela partida, Dunga escalou só um centroavante, Tardelli, e três meias: Willian pela direita, Philippe Coutinho centralizado e Fred na esquerda.
É uma opção para enfrentar a Venezuela no domingo. Mas Fred foi mal contra a Colômbia, e Coutinho ainda sente dores na coxa.
DEFESA
A CBF vai defender nesta sexta (19) a punição de apenas uma partida para Neymar na Copa América. O documento de defesa enviado ao Tribunal da Conmebol vai se basear na tese jurídica do "quantum satis", quanto suficiente, para o jogador do Barcelona.
O atacante foi expulso na quarta (18) logo após o encerramento da derrota para a Colômbia, por 1 a 0, em Santiago. O jogador foi o pivô de de uma confusão no campo. Ele tentou dar uma cabeçada num adversário e trocou empurrões com os colombianos. Antes, ele já havia recebido o cartão amarelo, o seu segundo no torneio, e teria que cumprir suspensão automática.
O diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, vai alegar que uma punição superior a uma partida seria muito dura com Neymar e afirma que o regulamento da competição é omisso ao tratar sobre a suspensão automática por amarelo no mesmo jogo que o atleta recebe o vermelho.
O caso será julgado provavelmente no sábado (20) pelo tribunal.
"A suspensão por uma partida é mais que suficiente para sancionar o Neymar pela falta que praticou. Qualquer outra coisa, é demais para um atleta que é caçado em campo", disse o dirigente.
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